Presidente do diretório regional do PSDB em Mato Grosso, o deputado federal Nilson Leitão acusa o PSB, do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, de desvirtuar o projeto do grupo oposicionista rumo à eleição em virtude da disputa pela vaga de candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo senador Pedro Taques (PDT).
As rusgas entre os partidos tiveram início após o chefe do Executivo municipal manifestar interesse que um socialista seja o indicado ao cargo. Entre os nomes cotados está o da deputada estadual Luciane Bezerra (PSB).
Para Leitão, a articulação desrespeita o acordo firmado desde o início dos diálogos. Ele pontua que a oposição era composta, inicialmente, pelo movimento Mato Grosso Muito Mais (PDT, PSB, PPS e PV) e que a ala do PDSB, DEM, PTB e Solidariedade firmou o compromisso da aliança em seguida. Por esse motivo, na opinião do tucano, seria injusto que apenas uma das vertentes tivesse prioridade na hora de sugerir nomes à majoritária.
“Eles já têm o cargo de governador, que é o mais importante. Sabemos que os cargos são encaminhados de forma conjunta, mas cada um precisa se sentir contemplado pelo que se propôs desde o início, e a proposta inicial era juntar os grupos que estavam separados em 2010”, argumenta o parlamentar.
Em meio ao impasse pela definição da cadeira ainda vazia na chapa majoritária, no entanto, o projeto do senador Jayme Campos (DEM) de tentar a reeleição está mantido. Desse modo, conforme a análise do próprio Leitão, ambas as alas estão contempladas.
O cenário atual beneficia ainda uma terceira vertente do bloco de oposição, que é a do agronegócio, representado pelo PP. “Tínhamos o Eraí Maggi e agora temos o Carlos Fávaro, ambos coincidentemente do PP. Acho que o nome do Fávaro é o mais próximo de ser o escolhido. Nesse momento, escolher outra alternativa é temerário”, sustenta o tucano em referência à vaga de candidato a vice-governador.
Esta é a segunda vez que a “briga” por cargos na chapa oposicionista demonstra fragilidade do grupo. Decidido a concorrer novamente ao Senado, Jayme Campos quase deixou de apoiar Taques por se sentir preterido.
Isso porque o senador pedetista, mesmo após firmar aliança com o DEM, mantinha contato com o PR para uma possível coligação. Os republicanos, por sua vez, não abriam mão da candidatura do deputado Wellington Fagundes ao Senado. Diante da situação, o democrata chegou a ensaiar uma terceira via para disputar o pleito.
Várias reuniões são realizadas pela oposição para bater o martelo pelo nome do candidato a vice-governador. A corrida pela definição se deve ao curto prazo ainda restante.
Segundo o calendário eleitoral, as convenções partidárias podem ser feitas somente até o próximo dia 30 em todo o país, mas o grupo já definiu o próximo dia 27 como a data em que tomará uma decisão sobre a formação da chapa.
O prazo para registro das candidaturas é 5 de julho.