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Brasileiras e colombianos driblam rivalidade em casa e dividem torcida

Fonte: Da Redação com Globoesporte
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A Copa do Mundo era só alegria para Cristiane Rudd e Maura Helena Rozo. Durante o mês inteiro, as brasileiras reuniram amigos e fizeram festa para assistir às partidas da Seleção, apesar da campanha capenga. Mas os “deuses do futebol” transformaram a diversão em um caso de rivalidade nas duas famílias. A partir de sexta-feira, quando a bola rolar no Estádio Castelão, o Mundial terá um sabor amargo. Brasil e Colômbia decidem uma vaga nas semifinais no duelo mais importante entre os dois países. Em Campinas, a milhares de quilômetros de Fortaleza, as duas tentam driblar a “rivalidade” com os maridos, os colombianos René Rudd e Jaime Hernández.

Cristiane conheceu René quando foi estudar na Inglaterra. Completamente leiga sobre a cultura da Colômbia, ela se encantou pelo desconhecido e hoje é uma profunda conhecedora do país, apesar de só ter visitado a terra do marido uma vez. Do casamento dos dois, veio David, de três anos e meio, que nasceu na Inglaterra, mas mora em Campinas com os pais desde um ano de idade.
A relação com o pai fez o menino trocar o canarinho do Brasil pelo amarelo colombiano sem cerimônia. Hoje, ele ostenta com orgulho a camisa dos cafeteros, presente do pai, e não tem dúvida em responder para quem vai torcer na sexta-feira. A equipe de James Rodriguez, artilheiro e um dos candidatos a melhor jogador da Copa, conquistou o garoto. A certeza do filho não passa para a mãe.

Apesar da influência dos homens da casa, Cristiane diz que não consegue torcer contra a Seleção.

– O David já foi convencido pelo pai. Tem o nome dele na camisa e tudo. Eu gosto muito da Colômbia, me encantei pelo futebol jogado na Copa do Mundo, vou ficar feliz pelo meu marido e pelo meu filho, mas acho que vou acabar torcendo para o Brasil. Não tem como, é o meu país em uma Copa do Mundo no meu país – disse ela.

Já Maura se casou com Jaime há mais de 20 anos. Apesar de ter conhecido o marido no Brasil, enquanto ele cursava faculdade, ela chegou a morar por dois anos em Pereira, na Colômbia, e só deixou o país por conta do medo dos terremotos. Apaixonada por futebol, nem precisou muito da influência do marido para decidir para quem torcer na partida de sexta-feira em Fortaleza.

– Assisti aos jogos do Brasil e da Colômbia nessa Copa do Mundo e, sinceramente, os jogos do Brasil me deram sono. Não foi um futebol que me encantou. Já a Colômbia jogou muito bem, é uma das melhores seleções da Copa. Como o meu marido torce para a Colômbia, estou mais propensa a torcer para a Colômbia também – afirmou Maura.

O FENÔMENO JAMES

Se as esposas ainda se dividem, Jaime e René não escondem o orgulho pela Colômbia. Apesar da distância com o clima do próprio país durante a campanha histórica, eles comemoram o momento mágico pelo qual passa a seleção e exaltam o maior responsável por isso. Natural de Cúcuta, James Rodríguez estampa capas de jornais do mundo inteiro, desperta interesse de Real Madrid e Barcelona e enche de orgulho os compatriotas, que chegam até a compará-lo ao maior ídolo do futebol colombiano: Carlos Valderrama.

– O Valderrama é um ídolo eterno. Mas o que o James está fazendo na Copa do Mundo é muito mágico. Todo mundo na Colômbia sabe que ele é um craque, mas não imaginávamos que fosse tão decisivo assim. Ele é semelhante ao Valderrama, mas finaliza melhor e é mais técnico. O povo colombiano está mesmo encantado com ele – explicou René.

A paixão pelo novo fenômeno da Colômbia também contaminou René. Eterno fã da seleção que disputou a Copa de 94, que era liderada por Valderrama, Rincón e Asprilla, ele garante que, caso vença o Brasil, o altar de ídolo maior do país será ocupado pelo jovem jogador do Mônaco. No Mundial dos Estados Unidos, a equipe que era favorita foi eliminada ainda na primeira fase.

– O Higuita até hoje é a minha grande referência no futebol colombiano, mas, depois da campanha na Copa de 2014, se vencer o Brasil será o maior jogo da história da Colômbia. E aí, com certeza, o James vai ocupar o status de ídolo maior – contou Jaime.

Mesmo faltando mais de 24 horas para a partida, o encontro já está marcado. Os dois casais vão assistir ao jogo juntos, certamente com torcida dividida. Confiantes na classificação colombiana, René, Jaime e Maura apostam na vitória dos cafeteros por 2 a 1 ou 2 a 0, ambos com dois gols de James. Na contramão está Cristiane, que apostou em 2 a 0 para o Brasil com gols de Neymar. O pequeno David ainda não entende o que é dar um palpite para o jogo, mas a camisa que ele veste já denúncia qual seria a escolha.

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