A BR-163/364 foi liberada na manhã deste sábado (28) em Rondonópolis após uma semana de bloqueio dos caminhoneiros. Representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e motoristas se reuniram e decidiram finalizar com o protesto, já que tanto o Governo estadual como federal abriu uma nova negociação com a categoria.
Uma pauta foi discutida e votada e agora será levada para a discussão na próxima semana ao governador Pedro Taques (PDT), já para o governo federal quem ficou incumbido da missão foi o senador Blairo Maggi (PR) que fez o compromisso de levar as reivindicações dos motoristas para o Senado.
O chefe da Delegacia PRF em Rondonópolis, Luiz Carlos da Silva, parabenizou a todos os caminhoneiros que contribuíram desde o início para que o protesto fosse pacífico, mas ele explicou a necessidade de se abrir o bloqueio devido a proporção que o movimento tomou. “Desde o início conseguimos manter o diálogo e a democracia, mas agora o movimento está preocupando devido ao número grande de carretas paradas na pista. Como a rodovia em outros locais foi liberada, os caminhões pararam todos aqui em Rondonópolis”, argumentou.
De acordo com Luiz Carlos, a PRF não pode deixar pessoas passando fome à beira da rodovia e com o aumento de caminheiros não seria mais possível manter o bloqueio. “No início, a comissão criada para abastecer os manifestantes com alimentação e água, estava entregando 500 marmitas, depois passou a 900 e ontem à noite já estava em 2 mil marmitas. Hoje com os motoristas que estavam chegando de outros locais esse número de marmitas passaria de 5 mil, ou seja, impossível de manter a alimentação para todos e isso geraria confusão e brigas entre a própria categoria, por isso a necessidade de se liberar o quanto antes”, alegou o PRF.
Luiz Carlos também afirmou que no começo do bloqueio as pessoas estavam a favor de ficarem parados na rodovia, porém com o passar dos dias a grande maioria queria seguir caminho. “A cada 4 pessoas que nós conversamos, 3 queriam ir embora do bloqueio”, afirma.
Com a liberação, a previsão da PRF é de que se leve em torno de 3 dias para que a rodovia volte ao seu tráfego normal. “Como o bloqueio acontecia em vários pontos do país acredita-se que haja mais intensidade no trânsito em alguns horários e que leve em cerca de 3 ou até 4 dias para que tudo volte ao normal”, declara Luiz Carlos.
PAUTA
Em Rondonópolis haviam três grupos diferentes de bloqueios que resolveram unir suas reivindicações e levar até os governantes. A maioria votou pela liberação da pista, mas alguns saíram insatisfeitos com a falta de resultado concreto para a categoria e ameaçaram trancar novamente, caso o governo não acate as reivindicações nas próximas semanas.
Na pauta apresentada, a categoria pede além do aumento do frete, também melhores salários, planos de saúde, prêmio por faturamento e aposentadoria por 25 anos de serviço. Um dos representantes dos caminhoneiros, Gilsemar Estele Borges, afirmou que até o momento se discutia apenas as pautas dos empresários, mas que agora os trabalhadores também têm as suas reivindicações e que vão lutar por elas.
“Vamos levar até o governo a proposta para que seja implantado o valor de três salários mínimos para a categoria de motorista, em torno R$ 2.300 por mês, além de planos de saúde garantido em lei e outras melhorias para a categoria de trabalhadores”, explica.
Em 10 de março, ficou marcada uma reunião em Brasília, onde a categoria irá apresentar a proposta de se implantar uma tabela nacional para o valor do frete.
AVANÇO GARANTIDO
O Governo Federal acertou sancionar a Lei dos Caminhoneiros sem vetos, prorrogar por 12 meses o pagamento de caminhões por meio do Programa Procaminhoneiro, além da criação, por meio de negociação entre caminhoneiros e empresários, de uma tabela referencial de frete.