O Brasil caiu, mas caiu de pé. A derrota para a Croácia nas oitavas de final por 26 a 25 pôs fim à campanha da seleção brasileira no Mundial de Handebol no Catar. No jogo contra os bicampeões olímpicos, a equipe ficou muito perto da vitória, mas a deixou escapar nos minutos finais da partida. O Brasil, que tinha uma das menores médias de idade da competição (26,1 anos), teve nomes que despontaram no torneio, entre eles o pivô Teixeira, de 25 anos, que atua pelo Taubaté, no Vale do Paraíba. O jogador avaliou a participação da equipe no Mundial e projeta a participação nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
– Foi dentro de nossas expectativas e serviu para gente chegar num patamar mais elevado e mostrar para o mundo que podemos conseguir, sim. Agora eu acho que só tende a crescer. Sabemos das dificuldades, mas acredito que dê pra fazer uma boa Olimpíada e quem sabe, até conseguir uma medalha, jogando em casa, isso pode estar mais perto – afirmou, em entrevista por telefone.
Para Teixeira, um dos principais responsáveis pela boa campanha da equipe no Mundial estava no banco de reservas. O técnico espanhol Jordi Ribera, que está em sua segunda passagem pela seleção brasileira – treinou a equipe nas olimpíadas de Pequim em 2008 – teria um estilo diferenciado para comandar a equipe em quadra.
– É um técnico muito competente, trabalha muito, é um profissional que respira handebol. Competitivo, quer elevar o nome do Brasil. Sempre atualizado nas tendências para passar isso para a equipe. Se tiver um que tem grande responsabilidade na campanha do Brasil no Mundial é o Jordi – ressaltou.
A equipe de handebol do Taubaté é a atual bicampeã do Sul-americano, sendo uma das principais potências da modalidade no Brasil. Teixeira volta ao Vale do Paraíba para a nova temporada e pretende dividir com o resto da equipe a experiência que teve no Qatar, contribuindo para o desenvolvimento do esporte no país.
– Quero usar a minha experiência que tive no mundial para melhorar o handebol brasileiro. O Brasil está crescendo porque os atletas querem isso e trabalham pra isso. Então vou fazer o mesmo para que o esporte continue crescendo – disse o pivô do Taubaté, que inicia a disputa do Campeonato Paulista em abril.
Para o Campeonato Mundial, o Catar montou uma estrutura fora do comum. Construiu um ginásio de R$ 826 milhões nacidade de Lusail, que esta sendo erguida para receber a Copa do Mundo de 2022. O pivô aprovou a estrutura oferecida pelos cataris, mas critica as mudanças de nacionalidade feita pelos jogadores da seleção da casa, onde mais da metade da equipe era naturalizada.
– Não só os atletas, mas todos ficaram vislumbrados. Realmente não temos que reclamar da estrutura que foi montada. Tudo girava em torno de nós jogadores, era muito dinheiro ali. Mas em outra parte, ninguém gostou das mudanças de nacionalidade dos jogadores. Em minha opinião, para se naturalizar deveria ter, no mínimo, um vínculo com o país. Muitos jogadores, que em menos de um ano trocou de nacionalidade e isso tira um pouco o brilho da competição – opinou.