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Dívida pode deixar basquete brasileiro sem vaga nos Jogos Olímpicos

Da redação com Globo Esporte
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A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) não pagou à Federação Internacional de Basquete (Fiba) o convite recebido para o Mundial Masculino de 2014 e isso está colocando em risco a presença das seleções nacionais masculina e feminina nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Segundo o UOL Esporte apurou, a CBB ainda tem de quitar duas parcelas do valor total de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,25 milhões) que se comprometeu a pagar em troca da vaga na Copa do Mundo da Espanha de 2014, na qual a seleção terminou no sexto posto. Por não ter conseguido a vaga na quadra na Copa América de 2013, a Confederação precisou abrir o cofre para o país não ficar fora de um Mundial pela primeira vez.

A segunda das parcelas, com valor de cerca de US$ 300 mil (R$ 983 mil), deveria ter sido paga no mês de fevereiro. O dinheiro jamais caiu na conta da Fiba.

Este é um dos motivos pelos quais a entidade internacional tem atrasado ao máximo o anúncio de que o Brasil terá direito a uma vaga direta como país-sede. A decisão deveria ter saído neste mês, mas a palavra final só será conhecida em 30 de junho, menos de dois meses antes da disputa dos Pré-Olímpicos. Fontes ouvidas pelo UOL Esporte garantem que a Fiba pressiona a CBB de não dar a vaga olímpica caso parte da dívida não seja quitada brevemente.

Se a classificação automática não for garantida nos bastidores, as seleções terão dura missão em quadra.

No Pré-Olímpico Masculino de Monterrey (entre 25 de agosto e 6 de setembro), só os dois primeiros garantem vaga no Rio, e os outros dois semifinalistas precisarão disputar um Pré-Olímpico Mundial entre 4 e 11 de julho de 2016. Campeões mundiais e com vaga olímpica já assegurada, os Estados Unidos não jogarão a competição no México.

No Pré-Olímpico Feminino, que acontece no Canadá entre 9 e 16 de agosto, só o campeão garante classificação para a Olimpíada, com segundo, terceiro e quarto colocados também precisando disputar a repescagem mundial em 2016. Assim como no masculino, as americanas também já estão garantidas no Rio.

A reportagem também tomou conhecimento que dirigentes do alto-escalão da Fiba estão insatisfeitos com a atuação do CBB no basquete brasileiro e a falta de ações para ajudar no desenvolvimento da modalidade no país. Alguns deles veem o país na “lona” no que tange ao trabalho feito pela Confederação. O fato de não haver um plano para a popularização do esporte também pesa negativamente contra a entidade presidida por Carlos Nunes desde 2009.

A reportagem apurou ainda que o secretário-geral da Fiba, Patrick Baumann, estará no Brasil nas próximas semanas para discutir a questão envolvendo a CBB com Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e da Rio-2016, e George Hilton, ministro do Esporte.

Procurada pela reportagem, a CBB se manifestou por meio de uma nota oficial.

“Tudo o que foi acertado com a Federação Internacional de Basquete quanto ao pagamento do convite para a Copa do Mundo de 2014 está em curso. Com relação à questão da vaga olímpica, a não definição atrapalha a programação das Seleções Brasileiras Masculina e Feminina, mas somente a Fiba pode responder os motivos pelos quais ainda não tomou uma decisão. A entidade máxima do basquete mundial marcou para o dia 30 de junho o anúncio se o Brasil terá ou não a vaga nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016”.

Desde a  última edição da Olimpíada, em 2012, a Fiba mudou o critério de alocação de vagas para os Jogos. Agora, o país-sede não tem mais a classificação assegurada automaticamente. Antes, precisa cumprir com uma série de requisitos impostos pela entidade como o nível de desenvolvimento do esporte no país, tradição da modalidade, resultados recentes e situação administrativa.

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