A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aberta no começo do mês, para investigar uma suposta fraude na licitação do projeto ‘Praça Digital’ de Pedra Preta, começa a tomar novos rumos nesta semana. Em entrevista ao Site AGORA MT, o presidente da CPI, vereador Gilmar Rodrigues Salomão, popular Batata (PSD), explicou que as investigações já foram iniciadas e que aguarda apenas um auxílio jurídico para começar a ouvir as partes envolvidas. “Queremos fazer todos os trâmites corretos, mas está claro que existe indícios de irregularidades no processo de licitação”, acrescentou.
Esta é a 3ª CPI que investiga a prefeita Mariledi Philippi (PDT), as anteriores foram arquivadas.
De acordo com Batata (foto ao lado), três empresas participaram da licitação do projeto “Praça Digital”.
“Houve uma empresa ganhadora, a Wellington Paiva Damacena e Cia Ltda. Ela foi criada pouco antes da licitação, no entanto, existe um problema com as outras duas. Uma delas foi aberta exatamente na mesma data e horário da firma vencedora. E por mais ainda coincidência, a proprietária desta empresa derrotada convive com o Wellington que é um dos donos da empresa ganhadora”, afirmou o presidente.
Ainda de conforme com o vereador Batata (foto ao lado), a comissão tem todos os documentos e protocolos comprobatórios. Após perder a licitação, a entidade derrotada citada acima, encerrou o CNPJ.
Quanto a 3ª empresa envolvida na licitação, o vereador acrescenta que o comércio simplesmente não existe.
“O endereço informado está localizado no município de Itiquira, mas estivemos no local e lá nunca foi uma empresa deste gênero. Os moradores informaram desconhecer a empresa e os proprietários”, acrescentou ele.
Agora, segundo o presidente da comissão, o próximo passo será ouvir as partes envolvidas para dar continuidade na CPI.
PRAÇA DIGITAL
As Praças Digitais são lugares aberto ao público, com acesso grátis a internet sem fio. O cunho informado na época, era de mudar a rotina nas praças de Pedra Preta.
Uma das coisas que mais chama a atenção na iniciativa em Pedra Preta é o baixo custo do projeto. O investimento total neste primeiro ano do ‘Praça Digital’ foi de apenas R$ 12 mil, já incluídos os custos dos equipamentos e da operadora que fornece a conexão.
GASTOS TOTAIS
A Wellington Paiva Damacena e Cia Ltda não é ganhadora apenas da licitação do projeto Praça Digital, a mesma também é a responsável por quase toda manutenção de rede ou compra de computadores das secretarias, escolas ou unidades de saúde do município.
Só de janeiro à novembro de 2014, a Prefeitura Municipal de Pedra Prata gastou com a empresa R$ 397.674,29 ou seja, quase 400 mil em empenhos que variam desde R$ 5,90 à R$ 45 mil. Em 2013 o montante foi de R$ 64.252,90, quase 65 mil.
Os números informados neste tópico, foram extraídos do programa Aplic do TRibunal de Contas de Mato Grosso. A consulta é disponível para qualquer pessoa, basta acessar: http://cidadao.tce.mt.gov.br/
OUTRO LADO
A reportagem do Site AGORA MT tentou por várias vezes contato na Prefeitura Municipal de Pedra Preta, e também com o procurador geral do município, Rafael Santos de Oliveira, entretanto, um dos telefones só chamam e ou outro está desligado, respectivamente.