O responsável técnico pelo programa de tabagismo do Departamento de Ações Programáticas da Secretaria de Saúde de Rondonópolis, Joel Moura, realizou na tarde desta terça-feira (3) uma capacitação com profissionais da rede pública de Itiquira. O objetivo, de acordo com Moura, é o de auxiliar aqueles que serão os responsáveis por tocar na cidade vizinha um amparo profissional a fumantes que queiram largar o vício, semelhante ao que se faz na maior cidade da região Sul, há mais de oito anos.
Joel Moura explicou que é fundamental que a rede de profissionais do programa de tabagismo esteja preparada para conduzir as duas principais frentes de trabalho: a criação de uma boa relação pessoal com o fumante e o cumprimento rigoroso do uso da medicação. “Dentro da técnica repassada pelo Ministério da Saúde, é necessário inicialmente realizar um bom acolhimento destas pessoas, proceder com a triagem, consultá-los com um médico e simultaneamente prepará-los para o tratamento em quatro sessões durante um mês, onde eles já iniciarão o uso de medicamentos”, disse.
A medicação é a aliança do bupropiona, um antidepressivo que se mostrou na prática o mais apropriado para o controle emocional, além dos tradicionais adesivos que a pessoa use no corpo por um período de seis meses. “No caso do bupropriona ele consegue ter um ótimo resultado sobretudo nos efeitos dos distúrbios de ansiedade que acometem os dependentes do cigarro, quando ficam por um tempo sem fumar. Já os adesivos liberam doses controladas de nicotina no organismo e gradativamente vamos diminuindo esta quantidade durante as semanas para que a pessoa tenha mais tranquilidade ao deixar o vício”, citou Joel.
Ainda de acordo com o coordenador do trabalho antitabagismo em Rondonópolis, apesar de ser um programa federal com determinações padrões, cada município vai adequar de acordo com seu potencial de estrutura e recursos humanos. “Este programa pertence a rede básica, por isto em Rondonópolis ele saiu do CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) e hoje é realizado na Policlínica, onde conduzimos quatro grupos de 10 pessoas cada. No nosso município nós temos junto a clínicos gerais e enfermeiros, psicólogos envolvidos neste trabalho, mas cada cidade adapta a sua realidade; o importante é que todas as etapas do tratamento sejam cumpridas”, alertou, adiantando que a projeção para 2015 é atender até 250 rondonopolitanos que queiram parar de fumar.