Os servidores da Educação do município de Alto Taquari (MT) realizaram uma paralisação das atividades nesta quinta-feira (07), para participar de uma passeata em prol das reivindicações da categoria. Durante o ato, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público do Mato Grosso (Sintep) da Sub-sede de Taquari, José Carlos Oliveira Cruz e o secretário municipal de Educação, Marco Aurélio Julien, trocaram ‘farpas’ em meio aos profissionais da Educação.
Segundo testemunhas, a ida de Marco Aurélio na manifestação já era esperada pelos servidores. Um dia antes, ele havia sido convidado por um representante da categoria para participar, fato confirmado por ambas as partes. Entretanto a confusão começou após a chegada do secretário.
De acordo com o sindicalista José Carlos, que foi quem inciou os ataques ao perceber a presença do secretário, o ato só não contou com a participação de 100% dos servidores, devido a desistência de muitos com medo de represálias. José Carlos acusa o secretário de ter ido ao manifesto para ameaçar os servidores.
“Durante o manifesto o secretário de Educação chegou com um carro de som da Prefeitura, sendo que nós já estávamos com o nosso carro de som. Eu não posso responder por ele, sobre suas intenções, mas o que ficou entendido pra mim é que ele queria desmoralizar o Sindicato, nos amedrontar com tom de ameaças. Muitos servidores desistiram, mas para mim, tivemos a participação dos 100%, pois os que estavam lá conseguiram representar todos” alega o presidente.
Contudo, o ataque feito pelo sindicalista, foi rebatido pelo secretário Marco Aurélio. O secretário afirma que ao chegar no local, tanto ele como os diretores de escolas e outras pessoas ligadas ao setor foram desmoralizadas pelo sindicalista.
“Em nenhum momento agimos má intencionados ou fomos com tom de ameaça. Estávamos lá, porque havíamos sido convidados e comparecemos para prestar todo apoio, uma vez que essas discussões já vem sendo articuladas pela Prefeitura muito antes da participação do Sindicato. Ele [José Carlos] não agiu com profissionalismo e levou a situação para o lado particular”, argumenta Marco Aurélio.
O secretário ainda defendeu a representatividade do Sintep, mas criticou o fato de José Carlos estar no comando do Sindicato.
“Ele como representante deveria agir com respeito, não digo só por mim, mas por todos que foram rechaçados hoje lá. Por isso vou tomar providências quanto a este assunto. Vou comunicar o Sintep Estadual e Nacional além de emitir uma nota de repudio contra o fato de hoje”, argumentou.
Quanto ao carro de som, Marco Aurélio afirma que como foi convidado, havia contratado particularmente o carro de som para prestar o apoio, e que o uso seria feito pelos próprios manifestantes.
Mesmo com o desentendimento, os servidores conseguiram concluir a caminhada entregando a cópia dos documentos com as reivindicações na Secretaria de Educação e Prefeitura.
Com a paralisação de hoje (07), cerca de 1.500 alunos da rede infantil e ensino fundamental não tiveram aula.
REIVIDINCAÇÕES
As principais reivindicações da categoria são: a implantação do reajuste do piso nacional (13,01%), revisão das perdas salariais dos anos anteriores, cronograma de pagamento do 13º dos contratos referentes a 2009, 2010 e 2011, inclusão do apoio administrativo no Plano de Carreira Cargos e Salários (PCCS).
Estes assuntos, segundo o secretário de educação, boa parte já foram cumpridos e outros estão em discussão, além disso, parte dos pagamentos já foram colocados no cronograma do Paço.