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Thiago Braz vence lesão e revela: ‘Tive medo’

Da redação com Globo Esporte
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Antes mesmo de completar 21 anos, Thiago Braz abriu mão da rotina comum de um jovem de sua idade. Promessa do salto com vara do país, ergueu a cabeça e, sem medo, embarcou para morar e treinar na Itália, sob a tutela do ucraniano Vitaly Petrov. Por lá, o regime de concentração é intenso e a vida social quase rara.

Mas nada disso incomoda. Muito pelo contrário. Só o que tirou o sono do campeão mundial júnior de 2012 foi a lesão sofrida no punho esquerdo no ano passado. Sempre focado, Thiago pela primeira vez sentiu receio. De volta para competir novamente em casa, ele participa do Troféu Brasil de Atletismo, em São Bernardo do Campo.

– Tive medo. Não sabia o que ia acontecer. Preciso 100% dos meus braços. Muitas pessoas me disseram que a lesão era difícil, com recuperação complicada. Não tinha como garantir que o movimento que impulsiona para envergar a vara ia voltar – lembra o jovem, que compete na tarde desta sexta-feira.

Thiago teve um bom ano em 2013, quando quebrou o recorde sul-americano com a marca de 5,83m e ficou na 14ª colocação do Mundial de Moscou. No ano passado, foi o quarto colocado do Mundial em pista coberta de Sopot e seguia em ascensão. No entanto, Thiago caiu fora do colchão na etapa de Lausanne da Diamond League, em julho, quando tentava estabelecer novo recorde continental na marca de 5,87m. Sofreu a lesão e teve que deixar a temporada antes da hora. O retorno não foi fácil e os primeiros treinos foram sofridos, já que demorou para voltar a adquirir a confiança necessária.

Mais tranquilo após um primeiro semestre seguro, Thiago fica poucos dias no Brasil. Após o Troféu, retorna para a Itália e participa de disputas internacionais na Europa. Mais perto de casa, saltador tem a oportunidade breve de visitar as pessoas próximas, sobretudo o avô Orlando Braz da Silva, que luta contra leucemia.

– Vou visitar eles, é importante. Sempre me apoiaram, falaram para eu viajar tranquilo que eles cuidariam de tudo. Morei com meus avós desde os dois anos de idade e ele está com leucemia – disse o atleta.

Nesta edição do Troféu Brasil, em São Bernardo, Thiago Braz tem como meta primordial conquistar o índice para o Mundial de Atletismo de Pequim, que será em agosto. A marca estipulada é de 5,65m. Em março, ele saltou 5,40m em uma competição ao ar livre, durante sua última visita ao Brasil. Sobre os primeiros meses na Itália, o atleta fez um balanço positivo e se mostrou confiante de que fez uma boa escolha. Sobre a nova parceria com Vitaly, elogiou o trabalho realizado e cumplicidade com o novo treinador.

– Estou feliz. Consegui me adaptar bem. Treinamos bastante e tivemos mais tempo para mexer em alguns pontos. Eu já conhecia o Vitaly, e ele me conhecia. Então, a gente continuou o trabalho, procurando melhorar a técnica em si. Agora, ele está mais do meu lado. Consegue me ajudar em várias coisas que preciso, também no pessoal. É praticamente um paizão, muito também por estar lá sozinho.

Até o ano passado,Thiago treinava com a equipe de São Caetano do Sul e com o técnico Elson Miranda, treinador da campeã mundial Fabiana Murer. Ele conheceu Vitaly em campings de treinamento do grupo de Elson no centro de treinamento italiano. No Troféu, o saltador defende a Orcampi na disputa de clubes. O dia-a-dia na cidade de Fórmia é relatado sem grandes emoções. Foco total no treino.

– Nos dias de folga, a gente faz massagem, tem que fazer fisioterapia, cuidar da mão, fazer fortalecimento. Fico sossegado. Escolhi isso. Quero fazer bons resultados, tem que separar. Se não, eu mesmo me estrago.

A esposa de Thiago Braz é Ana Paula de Oliveira, atleta do salto em altura. Ela embarcou para a Itália ao seu lado no fim do ano, poucos dias depois do casamento do casal, mas voltou ao Brasil em março. Os dois estavam há dois meses distantes.

– A gente já se viu. Desde que cheguei ao Brasil, há quatro dias, ainda não vi amigos. Continuei treinamento. Mas, ao mesmo tempo, o Vitaly pediu para eu ficar em casa. Eu queria continuar o trabalho. Não queria perder o foco, por isso fui para Fórmia. Lá a gente têm tranquilidade e trabalha melhor. Prefiro para me concentrar – explica o atleta, que terá a companhia do técnico estrangeiro na disputa do Troféu Brasil.

Os campeões do Troféu estão aptos a representar o Brasil no Sul-Americano do Peru, em junho. O evento desta semana serve como oportunidade para os atletas conseguirem índices para as duas principais competições deste ano, o Pan e o Mundial. É também uma das primeiras oportunidades para conseguir o índice para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. A TV Globo transmite flashes ao vivo dentro do Esporte Espetacular, neste domingo, último dia de evento.

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