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Brasil pode ter 4º capitão em um ano

Da redação com Uol Esporte
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Tido como símbolo maior de disciplina e exemplo do orgulho nacionalista na seleção brasileira, o técnico Dunga, capitão do tetra na Copa do Mundo de 1994, lida com problema que desafia sua personalidade na atual seleção brasileira: faltam líderes e a braçadeira provou-se arriscada ao ser vestida por Neymar, expulso na quarta-feira contra a Colômbia, pela Copa América. Agora, a seleção pode ter o quarto capitão diferente num período de um ano.

Thiago Silva foi o capitão do Brasil na Copa do Mundo de 2014. No torneio, protagonizou momento de desespero ao chorar antes da disputa de pênaltis nas oitavas de final contra o Chile – foi consolado por Neymar. Suspenso da semifinal contra a Alemanha, passou a braçadeira ao companheiro de zaga David Luiz, que liderou o Brasil no 7 a 1. Quando Dunga reassumiu, Thiago ficou fora dos primeiros cinco amistosos por estar lesionado e, quando voltou, se viu sem a vaga de titular e a braçadeira. Reclamou, então. Falou que não foi avisado da troca por Dunga ou Neymar e que estava chateado.

A regência de Neymar se deu pela superioridade técnica. O atacante do Barcelona, aos 23 anos, é de longe o capitão mais jovem da Copa América. Depois dele, o segundo lugar do ranking de novos líderes é do companheiro de time Lionel Messi, da Argentina, de 27 anos. Os outros dez capitães da Copa América têm mais de 30 anos. Ainda antes do início do torneio, David Luiz voltou a vestir a braçadeira no amistoso contra o México, sem a presença de Neymar, que no dia anterior jogara a final da Liga dos Campeões, com título do Barça na Alemanha.

O próprio Dunga falou em dezembro de 2014 que escolheu Neymar como capitão para tirar a pressão sobre outros atletas. Em março deste ano, o treinador afirmou que hoje faltam referências à seleção brasileira: “Só temos o Neymar”, disse ao SporTV. O teste da liderança de Neymar nesta Copa América, porém, teve o pior resultado possível.

Neymar demonstrou muita irritação durante o jogo contra a Colômbia. Fez faltas que não costuma fazer, reagiu de forma que não costuma reagir e acabou recebendo seu segundo cartão amarelo no torneio – aí já estava suspenso para o jogo contra a Venezuela. Após o apito final que consumou a derrota do Brasil por 1 a 0, deu uma bolada em Armero, uma cabeçada em Bacca e foi expulso. Após confusões, versões trocadas e uma nova interpretação do regulamento por parte da Conmebol, ele está suspenso previamente por apenas um jogo e será julgado pela expulsão, podendo ser absolvido de punição disciplinar.

Agora, Dunga terá de escolher um novo capitão. O Brasil começou a Copa América com David Luiz como titular. Uma má atuação contra o Peru o tirou do time e colocou Thiago Silva de volta, agora ao lado do titular absoluto Miranda. Nenhum dos dois que já vestiram a faixa hoje têm lugar cativo na equipe. E dependendo da punição que Neymar pode sofrer pela expulsão, talvez Dunga precise de um novo capitão por mais de uma partida. O novo escolhido, senão um dos dois zagueiros, será então o quarto a vestir a braçadeira no período de um ano, o que confirma a falta de lideranças citadas até pelo treinador.

Após o jogo contra a Colômbia o técnico da seleção brasileira afirmou que os conflitos da vida pessoal de Neymar podem ter colaborado para sua irritação em campo contra a Colômbia: “Todos nós somos seres humanos, não tem como desvincular as coisas que ocorrem na nossa vida com o profissional”, falou. Dunga não fez menção específica, mas horas antes do jogo Neymar se viu pessoalmente afetado pela investigação da Justiça espanhola sobre sua transferência para o Barcelona, em 2013. Antes os alvos eram o clube espanhol e a empresa N&N, do jogador e de seu pai, Neymar Silva Santos. Foi aberto processo contra Neymar, seu pai, o presidente do Barcelona José Maria Bartomeu (vice na época da transferência), Luis Alvaro Ribeiro (presidente do Santos na época) e Odilio Rodrigues (vice do Santos na época).

O duelo decisivo para o Brasil na Copa América contra a Venezuela acontece no próximo domingo e fecha a fase de grupos da Copa América 2015. Na partida, ou Dunga confia em um daqueles que já vestiram a braçadeira, ou um quarto líder terá de nascer.

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