Uma mobilização nacional está sendo realizada nesta segunda-feira (29), por Santas Casas e Hospitais Filantrópicos para alertar a sociedade civil quanto as condições financeiras destas instituições. Em Rondonópolis, as entidades filantrópicas são a Santa Casa de Misericórdia e a Associação Paulo de Tarso.
De acordo com a administradora da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, Maria Marleide Narciso, a situação financeira da instituição está bastante defasada. “Queremos chamar a atenção da população, dos governantes do município, estaduais e federais quanto a defasagem na tabela do SUS. O repasse que é feito não cobre os gastos do atendimento prestado”, alertou a administradora da instituição.
Ainda conforme a Maria Marleide, além de esclarecer sobre a ‘crise’ da instituição, é preciso que a população entenda que a Santa Casa de Misericórdia é uma entidade filantrópica e se mantém através da tabela do SUS, incentivos do Estado, projetos, doações e dos pagamentos feitos por convênios e particulares, que ajudam a subsidiar os custos dos atendimentos.
“Nós precisamos criar junto aos representantes, mecanismos de financiamentos desses hospitais que garantam recursos para os atendimentos. Há 12 anos, não há reajustes na tabela de procedimentos do SUS, os hospitais filantrópicos estão ‘agonizando’, ” destacou a administradora.
De acordo com o Dr. Kemper Carlos Pereira, diretor administrativo da Santa Casa em Rondonópolis, que a tabela do SUS cobre apenas 60% do custo real dos procedimentos. “Os custos dos atendimentos estão maiores que a receita do SUS, em consequência temos filas de esperas, exames que deixam de ser realizados, decadências dos serviços prestados, restrições de atendimentos”, alertou Kemper.
De acordo com Maria Marleide Narciso, os valores recebidos pelo SUS não cobrem as despesas. “Para se ter ideia, o repasse para um parto normal, o SUS paga R$ 267,60. A Santa Casa é um hospital de nível 2, portanto, ela recebe R$ 361,26, mas o custo final é de R$ 1.100. Esse é um exemplo apenas, mas temos muitos procedimentos, com esse recurso finito temos que agir de forma limitada”, destacou.
Ela ainda explica que a maior parte do atendimento prestado na entidade ocorre pelo SUS. “Cerca de 63% das internações e 90% partos realizados na Santa Casa, são de pacientes do SUS.”
Abaixo o quadro apresenta um comparativo do aumento da tabela SUS, desde o plano real até maio de 2015, com o crescimentos dos custos.