Os bancários de Rondonópolis podem entrar em greve por tempo indeterminado caso a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nesta sexta-feira (25), não atenda as reivindicações da categoria. A expectativa, segundo o diretor do Sindicato dos Bancários de Rondonópolis e Região Sul de Mato Grosso, Sebastião Tavares, que o movimento grevista seja iniciado no mês de outubro.
“Quase 90% chances de entrarmos em greve. Nós não temos muita esperança que a pauta de reivindicações seja atendida. Em 10 anos, todos os anos entramos em greve, porque não há resultado nas negociações, este ano não acreditamos muito, ainda mais com essa conjuntura política, ” destacou o diretor.
Ainda conforme o diretor, após o lançamento da campanha em agosto, está sendo feita o trabalho de mobilização com os bancários. “Nós estamos conversando com os bancários, caso amanhã, não haja acordo, na próxima quarta-feira realizaremos uma assembleia já para decidir o início da greve,” explicou Tavares.
Nesta sexta-feira (25), será realizada em São Paulo (SP), a 5ª rodada de negociações, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban. Segundo o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT), a proposta foi entregue no dia 11 de agosto, desde então, já foram realizadas quatro meses de negociações para discutir sobre emprego, saúde e condições de trabalho, remuneração, segurança e igualdade de oportunidades, porém não houve avanços nas negociações.
Mato Grosso
Nesta quinta-feira (24), o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB/MT) realiza reuniões e panfletagem nas agências bancárias do centro financeiro de Cuiabá para manifestar a insatisfação com a falta de avanços nas rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a FENABAN.
O intuito é pressionar os banqueiros para que apresentem uma proposta amanhã (25) que contemple as reivindicações da categoria.
As principais reivindicações dos bancários
- Reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
- PLR de 3 salários mais R$7.246,82 fixos.
- Piso salarial de R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (equivalente ao salário mínimo nacional).
- Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral, que adoecem os bancários.
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
- Igualdade de oportunidades: fim das discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).