O investigador da Polícia Civil (PC) Anderson Garcia da Costa, 37 anos, foi morto após ser espancado por um preso na delegacia em que trabalhava nesta quarta-feira (25), na cidade de Pedro Gomes (MS). O investigador era natural de Cuiabá (215 Km de Rondonópolis), e foi morar em Pedro Gomes (309 Km de Campo Grande) em dezembro do ano passado, para desenvolver a função para a qual prestou concurso.
Segundo informações do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol), Anderson estava retirando um preso da cela na delegacia, quando foi agredido na cabeça e no abdômen. O agressor apresentava distúrbios psicológicos.
Os golpes só pararam depois que o investigador atirou na perna do preso, que foi levado para atendimento médico na própria cidade.
O policial teve afundamento de crânio, foi encaminhado para o hospital em Coxim, porém, devido à gravidade dos ferimentos, estava sendo encaminhado para a Santa Casa, mas morreu dentro da ambulância.
NOTA SINDICATO DA PC /MS
Em nota divulgada à imprensa, o presidente do Sinpol lamentou o ocorrido e citou denúncias feitas pela instituição.
“Inúmeras vezes alertamos sobre o risco a que os policiais se expõem ao desempenhar uma tarefa para qual não foram treinados. O policial civil forma-se na academia para investigar e solucionar crimes, não para vigiar presos. Nós cobramos da administração pública que comece já o planejamento para a retirada dos detentos das delegacias até 2018. A retirada pode ser gradual, mas o planejamento precisa ser imediato. Será que vão esperar um policial civil ser assassinado dentro da delegacia para tomarem providência?”, enfatizou o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda.
Ainda nesta quarta-feira (25) o secretário de Justiça e Segurança Pública, Sílvio Maluf recebeu o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), Giancarlo Miranda e o diretor jurídico Max Dourado Azambuja para discutir o problema.
Uma das medidas colocadas em pauta foi a migração da responsabilidade da custódia dos presos provisórios recolhidos em Delegacias da Polícia Civil para a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário.
Outra medida a ser tomada e que só depende do governo estadual é o reforço de plantões nas delegacias onde há custódia de presos. De acordo com informações, o governo está disposto a pagar diárias para o efetivo policial da região, aumentando assim o número de investigadores nos plantões.
OUTROS CASOS
A morte de Anderson Garcia ocorreu quatro dias após outro policial civil ter sido atacado em Itaquiraí. Na delegacia, o investigador Arlei Marcelo Farias, 38 anos, foi atacado com golpes de barras de ferro, que os presos arrancaram da grade de uma das celas, depois de distribuir lanches para os presos.
Cinco detentos fugiram levando a armada e o carro do policial, uma Parati. Conforme o Sinpol-MS, Arlei cuidava sozinho da custódia de 21 detentos. Cinco fugiram levando a arma de Arlei e o carro dele, Parati. Arlei foi socorrido inconsciente e levado a um hospital de Dourados onde passou por uma cirurgia. Ele levou 15 pontos na cabeça e se recupera bem.