Nesse sábado (7), mais de 500 pessoas mobilizaram-se na retirada de mais de 300 toneladas do córrego Arareau durante a segunda edição do projeto “O Rio É Nosso”, mutirão de limpeza organizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente em parceria com instituições públicas e privadas.
Idealizado pelo Ministério Público Estadual e Juizado Volante Ambiental – Juvam, a iniciativa recebeu apoio da gestão municipal na organização e de parceiros na execução. O projeto prevê a revitalização completa do ribeirão Arareau e já promoveu uma primeira etapa de limpeza em julho deste ano, onde mais de 300 toneladas foram retiradas das barragens e do leito do ribeirão. Nessa segunda etapa, o projeto conseguiu retirar 307,2 toneladas de lixo.
A juíza ambiental Milene Aparecida Pereira Beltramini, uma das idealizadoras do projeto, defende a revitalização do Arareau para que não seja completamente assoreado com a quantidade de detritos. “Temos o exemplo do Rio Tietê, que é completamente morto. Se não fizermos nada pelo Arareau, ele pode não só ser um rio morto mas um rio feito de lama”.
A magistrada disse que busca ajuda de empresários para que seja feito um investimento que vá além da limpeza do ribeirão. “O objetivo é revitalizar, não só limpar. Vamos buscar ajuda financeira da sociedade e dos empresários. O que for certificadamente recomendado e tiver a nosso alcance, nós vamos fazer”, completou.
Sobre a situação das mais de 200 famílias de ribeirinhos que ainda resistem em abandonar as margens do rio, o promotor Marcelo Caetano Vacchiano, do Ministério Público Estadual, comentou que existem mais de 120 liminares para a desocupação do local. “Primeiro nós tentamos por vários anos uma desocupação amistosa. Foram oferecidas casas para essas pessoas saírem de lá, elas não aceitaram e a partir daí fomos para a parte legal”, disse.
Antes do início dos trabalhos, direcionando os representantes das instituições públicas e da sociedade civil, o secretário de Meio Ambiente Lindomar Alves explicou os nove trechos onde foram realizadas a limpeza e a coleta de detritos, e as três frentes de trabalho. “A primeira frente é responsável pela limpeza de leito com dez embarcações com dois pescadores da Colônia Z3 em cada uma delas, recolhendo o lixo no leito do ribeirão e levando até as barrancas. Nas barrancas a limpeza foi feita pelas entidades parceiras e na terceira frente ficaram os maquinários pesados para limpar os entulhos próximos ao curso da água”.
Ainda segundo Lindomar, a Prefeitura de Rondonópolis está contratando uma empresa de topografia para realizar um levantamento com fundos municipais do Meio Ambiente para que seja feito um estudo de revitalização do Arareau e suas margens, que deve incluir um projeto arquitetônico que contenha uma pista de caminhada iluminada e espaços de esporte e lazer para a população.