O aumento da expectativa de vida, a urbanização e a globalização são alguns dos fatores que podem explicar parte dos 596 mil novos casos de câncer que o INCA estima que afetarão os brasileiros no próximo ano. Os principais tipos que ocorrerão no País serão, por ordem de incidência, os de pele não melanoma (para ambos os sexos), o de próstata e o de mama.
Outros cânceres cuja incidência merece destaque são os do intestino grosso (3º mais incidente entre as mulheres e o 4º entre os homens); pulmão (3º entre os homens e 5º entre as mulheres), colo do útero (4º mais comum nas mulheres); estômago (5º entre os homens e 6º entre as mulheres); e cavidade oral (6º mais comum entre os homens).
Por se tratar de uma doença associada principalmente ao envelhecimento, quanto maior a expectativa de vida da população, maior costuma ser a incidência do câncer. Além da idade, outros fatores de risco já relacionados com o aumento da chance de desenvolver o câncer são o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de carnes processadas (linguiça, salsicha, embutidos em geral) e o etilismo (consumo de álcool).
“Por isso, a mudança do comportamento dos adultos e a disseminação de hábitos saudáveis desde os primeiros anos de vida são essenciais para que haja uma mudança de cenário e cerca de um terço dos casos estimados de câncer possa ser prevenido”, disse o diretor-geral em exercício do INCA, Luis Felipe Ribeiro Pinto. Atualmente, o câncer é a 2ª maior causa de morte no Brasil, com 190 mil óbitos por ano.
Entre os homens, são esperados 295.200 novos casos de câncer, e entre as mulheres, 300.870. Excluindo-se o câncer de pele não melanoma (175.760 casos previstos, que correspondem a 29% do total estimado), esses números caem, respectivamente para 214.350 e 205.9960.
Como o Brasil é um país muito extenso e com diferenças socioculturais e econômicas significativas entre as regiões, as taxas brutas (número de casos a cada 100 mil habitantes) também sofrem variações importantes conforme a região geográfica.
Entre as mulheres, a Região Norte é a única onde o câncer de mama não será o mais incidente, excluindo-se o câncer de pele não melanoma. Lá, o tipo da doença que afeta o sexo feminino mais frequentemente é o câncer do colo do útero, que na classificação nacional ocupa a terceira posição. Já na Região Sul, colo do útero é o 4º tipo mais comum.
No sexo masculino, sem levar em consideração o câncer de pele não melanoma, o câncer de pulmão é o 2º mais incidente no País. Já no Norte e no Nordeste, os tumores malignos de estômago ocupam esta colocação. Este tipo de câncer pode estar relacionado a condições socioeconômicas menos favoráveis (o tabagismo e o consumo de alimentos conservados no sal contribuem para o aumento do risco).
As estimativas servem principalmente para o planejamento, por parte dos gestores de saúde, de ações e programas de controle do câncer. A projeção para 2016 inclui 19 tipos de câncer e é feita com base nas informações geradas pelos Registros de Câncer de Base Populacional e o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.
Os números foram apresentados no dia nacional de combate ao câncer, celebrado no dia 27 de novembro, em solenidade no auditório do prédio-sede do INCA, no Rio.
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