O município de Sinop (500 km ao Norte) registrou queda no índice de homicídios dolosos e aumentou o esclarecimento dos assassinatos ocorridos em 2015. De 52 crimes de homicídios até o dia 17 de dezembro, 37 casos foram solucionados pela Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa, da Polícia Judiciária Civil, representando 71,15% dos crimes. Em 2014, o município de Sinop registrou 81 homicídios.
Quatro latrocínios ocorridos neste ano em Sinop também foram solucionados e os autores presos, sendo um pela Divisão de Homicídios e três pela Delegacia de Roubos e Furtos do município.
O delegado Carlos Eduardo Muniz dos Santos, que preside os inquéritos, informou que 80% dos homicídios ocorridos na cidade estão relacionados a outros crimes, como o roubo, o furto e o tráfico de drogas. “Ambas as partes, tanto autor quanto vítima, têm envolvimento com outros delitos”, afirma.
Entre os 52 homicídios estão três mulheres vítimas de feminicídio, assassinadas pelos companheiros dentro de casa, com requintes de crueldade. Um dos casos, Erivalda Vieira da Silva, 53 anos, foi morta por esgorjamento no pescoço, dia 28 de julho deste ano. Ela foi encontrada com um corte de faca no pescoço, dentro de sua casa no bairro Maria Vilidiana II, em Sinop.
O inquérito policial foi concluído depois da prisão do companheiro, José dos Santos, conhecido por “Madruga”, e do filho do casal, Adriano de Santana Nascimento. Os dois suspeitos, marido e filho, foram pesos no dia 26 de novembro, em cumprimento de mandado de prisão, no povoado de “Sirizinho”, no município de Rosário do Cateto, cerca de 30 quilômetros de Aracajú, no Sergipe.
O delegado Carlos Eduardo Muniz dos Santos já tinha representado pela prisão dos suspeitos, mas antes que a ordem judicial fosse expedida, pai e filho se fugiram para o estado de Sergipe. “A vítima não tinha desavenças em sua vida pessoal, fato que fez com que a sua morte causasse grande repercussão na cidade”, disse.
No final do inquérito policial, o delegado indiciou uma terceira pessoa, Jacson Ferreira Gomes Pereira, amigo da família, que teria escrito um bilhete ameaçando a vítima e estava junto com os autores do dia do crime. Exame grafotécnico no bilhete encontrado na casa da vítima comprovou que a letra era de Jacson.
Para o delegado Carlos Eduardo Muniz dos Santos o índice de esclarecimento é considerado alto levando em conta que o efetivo para trabalhar nos casos é de apenas 5 policiais civis, os quais atribui como “comprometidos e abnegados”. “O combate a criminalidade em geral na cidade de Sinop melhorou em todos os aspectos”, destacou.
O delegado Regional de Sinop, Sérgio Ribeiro Araújo, disse que a redução dos assassinatos está associada ao trabalho mais técnicos desenvolvido pelas Polícias Civil e Militar, direcionadas por análises criminais do mapeamento de pontos com incidências de crimes e técnicas de inteligência.
Outro fator, segundo o regional, é o fortalecimento ao combate dos crimes de roubos, que passou a contar com a estrutura da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), e também a repressão ao tráfico de drogas. “A partir do momento que você tira mais armas das ruas e prende mais, impacta nos números”, afirma.