Cerca de 300 mulheres e 40 crianças do grupo do Movimento Sem Terra (MST) fecharam uma empresa de agrotóxicos de Rondonópolis (MT), durante 3h, impedindo a entrada dos funcionários, na manhã dessa terça-feira (08).
Durante essa semana as mulheres do MST se movimentam em favor da campanha “Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra”, e em Rondonópolis, segundo uma das integrantes do movimento, Lucinéia Freitas, 35 anos, “Esse movimento tem por objetivo conscientizar a população e os funcionários da empresa sobre sua real natureza”, relatou.
Mirian Sewo, 43 anos, que também está à frente do movimento disse porque fecharam a empresa, “Essa empresa se instalou em Rondonópolis, sem nenhum diálogo com a sociedade. Ela produz agrotóxico, produz morte para os seus funcionários e para todos os consumidores. Ela veio do Paraná, onde destruiu rios e a natureza e aqui no Mato Grosso não vai ser diferente”, informou.
Durante o protesto, as mulheres do movimento informaram, que a empresa agiu com agressividade, “Nosso intuito nunca foi entrar na empresa, só fechamos a entrada e eles jogaram um jato de água em cima de nós, o que foi desnecessário, estamos aqui pacificamente apoiando nosso movimento”, informaram.
Após saírem da empresa elas partiram para o centro da cidade e distribuíram panfletos orientando sobre a origem do movimento, da Jornada Nacional e sobre denúncias relatando o malefícios que empresa de agrotóxicos causa na sociedade.
Nota da empresa
A respeito do fato ocorrido na manhã desta terça-feira (08/03), em frente à sua unidade em Rondonópolis (MT), a Nortox tem a informar o que segue:
01) A Nortox é uma empresa brasileira, com 62 anos de atuação no mercado, tem matriz em Arapongas, no Paraná, e uma unidade em Rondonópolis, no Mato Grosso;
02) A Nortox tem todas as atividades regulamentadas e segue rigorosamente os padrões determinados pela legislação vigente não só para garantir a qualidade e eficiência, mas também a segurança de todos os seus produtos e de seus colaboradores;
03) Até o momento, a Nortox não foi citada em nenhum processo judicial pela prática de qualquer crime ambiental no Paraná ou em outros estados. Eventuais procedimentos de fiscalização são ações de rotina, motivadas por denúncias infundadas, muitas delas por iniciativa do próprio MST;
04) A ação criminosa orquestrada nesta terça-feira a nível nacional pelo MST, da qual a Nortox foi uma das vítimas, foi um lamentável ato de vandalismo, resultando em pichação, queima da bandeira, tentativa de intimidação de colaboradores da empresa, coação, cerceamento do direito de ir e vir e da atividade laborativa, tentativa de invasão de propriedade privada, além de outras atitudes não menos reprováveis. Aqui cabe, inclusive, um agradecimento à Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar pela diligência e acompanhamento, sem o que o ato de vandalismo poderia ter tomado maiores proporções;
05) A Nortox respeita todo e qualquer manifesto pacífico e ordeiro, que parta de entidades legitimamente constituídas e respeite a democracia e o estado de direito. Porém, a baderna ocorrida em frente à sua unidade em Rondonópolis foi realizada por um movimento que não tem existência legal e que, além de depredar o patrimônio alheio, não se constrange em se utilizar de crianças, que deveriam estar na escola ou em seus lares;
06) Ao se manifestar em frente à Nortox, o bando de mascarados usou palavras de ordem contra o agronegócio. Assim, levanta-se justamente contra o único segmento que, neste momento de grave crise econômica sem precedentes, dá sustentabilidade para a balança comercial e faz o contraponto sem o qual as consequências que afligem o povo brasileiro seriam muito mais drásticas;
07) A Nortox reafirma o seu compromisso de contribuir na defesa da produção nacional, garantindo aos nossos clientes produtos e serviços que permitam o abastecimento de alimentos, pois isso é uma questão de soberania nacional.