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Protesto de caminhoneiros para o maior terminal ferroviário da América Latina

Condições de higiene e falta de condições de estadia são reivindicações dos motoristas

Por Wanderléia Pereira
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Um protesto que já dura mais de 18h está paralisando o maior terminal ferroviário de cargas da América Latina em Rondonópolis (MT). Inaugurado com muita pompa, hoje, o espaço onde centenas de carretas aguardam o momento de descarregar, se tornou um verdadeiro chiqueiro, como avaliam os motoristas que tem que permanecer no local até dias antes de descarregar.

O protesto paralisou o terminal da América Latina Logística (ALL), e aproximadamente 150 carreteiros se reuniram para reivindicar melhores condições de trabalho.

Segundo um dos líderes do movimento, banheiros sem condições de uso, as vias de acesso ao terminal de descarga não tem condições de tráfego, eles também só teriam como opção para se alimentar um único restaurante, “É muito ruim a comida, eu mesmo e alguns companheiros de estrada já passamos mal com a comida, além de ser muito cara”, afirmou Luiz Mário, motorista que mora em Cuiabá e já aguarda há mais de 24h para descarregar.

Edjan um dos lideres do movimento na ALL
Eidijan um dos lideres do movimento na ALL

O caminhoneiro Eidijan Santana, 38 anos, em entrevista à equipe do AGORA MT, relatou que eles estão dispostos a ficar dias ou semanas fechando o terminal se as suas reivindicações não forem cumpridas, “nós queremos embargo dos carregamentos, condições melhores para nós, porque não podemos usar o banheiro porque falta água todos os dias, o pátio está uma calamidade, carretas quebram as molas, quase tombam com os buracos, quando não atola, tem lugar que a água chega no joelho. Tem muitas pessoas com dengue, chikungunya, zika e aqui tem vários focos de dengue e a Vigilância Sanitária nada faz, eles têm que ver isso aqui. Nós não queremos luxo, só queremos melhores condições de trabalho e higiene”, disse.

Eidijan ainda relatou que outro motivo do protesto é pelos agendamentos obrigatórios determinado pela empresa, “nós não temos condições de chegar sempre na hora em que eles marcam, as rodovias aqui são péssimas, temos que cumprir horário para descansar e por isso nem sempre conseguimos chegar a tempo e quando atrasamos temos de fazer outro agendamento”, disse um dos líderes do movimento.

O caminhoneiro Eidijan, ainda relatou que a empresa já entrou em contato com eles e informaram que nessa quarta-feira (02) já vão começar as obras no terminal, porém os caminhoneiros afirmaram que não vão aceitar um acordo verbal e só vão parar o protesto após uma decisão judicial do promotor.

O diretor executivo do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Rondonópolis e Região, Miguel Mendes, se juntou ao protesto, “As condições do terminal sempre foram as mesmas em Alto Taquari, Alto Araguaia e aqui em Rondonópolis não é diferente. Como alguém deu autorização para esse terminal funcionar nessas condições. Falaram que aqui iria ser um paraíso, com um pronto atendimento médico, comércio para os motoristas, entre outras coisas que não passaram de um conto de fadas. Sai ano e entra ano e nunca melhorou nada aqui. Esse é um movimento legítimo e só mostra que já estamos cansados de promessas”, disse Miguel.

O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas dos Transportes Terrestres de Rondonópolis e Região, Luiz Gonçalves da Costa, esteve no local vendo as condições em que os caminhoneiros estavam, “eles têm 100% de razão para fazer esse protesto. Eu cheguei aqui e eles me falaram que o banheiro estava interditado por falta de água e o pessoal da empresa percebendo a minha presença começou a fazer a limpeza e realmente lá estava sem água. O pátio está em uma situação inadmissível, tem que proibir de usar esse pátio, está tudo péssimo”, protestou.

TRUCULÊNCIA

A equipe de reportagem foi impedida por dois seguranças e mais dois homens que se diziam funcionários da ALL que a equipe estava proibida de ficar no local, cercaram o carro de reportagem e em tom de ameaça queriam saber com quem a equipe falava ao telefone da reportagem.

Ao perceber a movimentação dos funcionários da ALL um grupo de caminhoneiros se mobilizou deixou o local onde estavam reunidos e foram até onde a equipe do AGORA MT estava cercada.

Dois homens que se identificaram apenas como gerentes da unidade, queriam falar a reportagem, mas foram informados pela equipe que qualquer informação sobre a situação só seria levada em consideração se fosse feita pela assessoria de comunicação da empresa.

O outro lado

A concessionária informou que será iniciada nas próximas semanas a construção de um pátio regulador para melhor alocar os caminhões em espera no Terminal de Rondonópolis. Além disso, disseram que obras de melhoria vêm sendo realizadas no asfalto dos pátios e acessos já existentes. De acordo com a empresa, os problemas ora registrados se devem ao excesso de chuvas e serão sanados assim que as condições climáticas permitirem.

Sobre a alimentação relataram que os caminhoneiros em espera no terminal têm à disposição um restaurante climatizado, com capacidade para 300 pessoas, e 40 banheiros, que recentemente passaram por reparos.

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