Há mais projetos ligados aos Jogos Olímpicos Rio 2016 sob investigação por suspeita de corrupção do que foi revelado até o momento, disse à Reuters um procurador federal da força-tarefa da operação Lava Jato, citando depoimentos de executivos de empreiteiras e acordos de leniência ainda em andamento.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que a suspeita de corrupção nas obras da Olimpíada do Rio não se limita à revitalização da região portuária, que deve ser um dos principais legados dos Jogos.
“Tem mais. Existem colaborações e leniências em andamento que mencionam isso, mas enquanto não estiverem fechados os acordos você não tem o número certo “, disse Lima.
A polícia já descobriu documentos de executivos da empreiteira Odebrecht que mencionam R$ 1 milhão em supostas propinas para o projeto do Porto Maravilha, e outros supostos pagamentos de suborno teriam relação com a linha 4 de metrô da cidade que está em construção para os Jogos.
Lima, um dos principais promotores da força-tarefa que descobriu o esquema de cartel de empreiteiras para obter contratos da Petrobras por meio de pagamento de propinas, afirmou que todas as investigações ligadas à Olimpíada estão sendo conduzidas em Brasília pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Isso se deve ao fato de envolverem possíveis propinas a políticos que teriam foro privilegiado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e fora da alçada do juiz federal do Paraná Sérgio Moro, o que provavelmente irá tornar a investigação mais lenta.
“A gente tem colaborado, trabalhamos juntos, mas uma coisa é o ritmo da 13ª Vara, outro é o Supremo”, disse Lima. Procurada, a PGR não quis se pronunciar sobre o assunto.