O Partido Social Democrático (PSD) foi talvez a sigla que mais cresceu em Mato Grosso nos últimos dois anos, ganhou um vice-governador, Carlos Fávaro, um senador, José Medeiros, muitos prefeitos e centenas de vereadores, mas os nomes que comandam a sigla não sofreram muita alteração.
Acontece que, ainda longe do discurso de modernidade partidária, o PSD mantém em seu diretório estadual, nomes de extrema confiança do ex-deputado Pedro Henry, cassado durante as investigações do mensalão e também do ex-deputado estadual José Riva, vigiado pela justiça por uma tornozeleira eletrônica e que é tido como o maior ficha suja do país.
Nomes como Renacildo Soares de França, Huggo Waterson Lima dos Santos e Edson Paulino de Oliveira, são três ex-assessores de Pedro Henry, que tinham atuação importante dentro do âmbito de influência de poder do mensaleiro.
Muito ligado a José Riva, o ex-deputado federal Eliene Lima, continua na lista de quem comanda o PSD em Mato Grosso. Em 2014, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade (sete votos a zero), abrir ação penal contra o deputado federal Eliene Lima, suspeito de integrar um esquema que teria desviado verbas públicas na Assembleia Legislativa (AL) do Mato Grosso. Segundo a acusação, Eliene Lima se utilizou de “intrincada operação financeira para escamotear a verdadeira origem do dinheiro e sua destinação”.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, argumentou que, para “mascarar” a origem do dinheiro desviado, a presidência da assembleia, que era comandada por Riva, emitia cheques para empresas fantasmas ou que não executavam os serviços.
Outros dois nomes de influência que integram a direção regional do PSD e estão no passado que ainda não deixou o comando do PSD são, Homero Florisbelo que era parte importante do “núcleo duro” do ex-prefeito cuiabano Roberto França e o atual prefeito de Mirassol do Oeste, Elias Leal, que também integrou o rol de parceiros de Pedro Henry.
COMPRA DE FILIADOS
Na última semana, o prefeito rondonopolitano, Percival Muniz (PPS), chamou a atenção da mídia estadual por apontar, no grupo de WhatsApp GW100+, um homem conhecido por Cotia como aliciador de políticos. Segundo a acusação de Muniz, Cotia estaria “comprando” com até R$ 300 mil, vereadores, prefeitos e até pré-candidatos. A coisa ganhou repercussão já que, Renacildo Soares de França, que compõem o diretório regional do PSD e trabalha com o vice-governador Carlos Fávaro, que no mesmo grupo tem o apelido de “Eraiboy”, responde pela alcunha de Cotia.
Com o diretório regional recheado de figuras ligadas a José Riva,
Pedro Henry e tantas “velhas” raposas é natural que suspeitas sobre PSD ganhem tanta repercussão.
EM TEMPO
O Vice-governador Carlos Fávaro, entrou ontem (11) com uma ação de interpelação judicial contra Percival Muniz, que agora terá que explicar a justiça se Coita é Renacildo e como, quando e onde ele teria “comprado” políticos.