Patente e salário da tenente-coronel Itamara Romeiro Nogueira, 40 anos, que era um nível acima ao do marido, major Valdeni Lopes Nogueira, 44 anos, eram motivo de briga entre o casal. Major morreu com tiro disparado pela esposa na terça-feira (12), durante briga na residência do casal, em Campo Grande.
Delegado responsável pelo inquérito, Cláudio Zotto, da 7ª Delegacia de Polícia Civil, disse que, em depoimento, Itamara sustentou que ela e o esposo começaram juntos na Polícia Militar e ele se incomodava pelo fato dela ter se destacado mais do que ele na carreira.
A tenente-coronel tinha salário bruto de R$ 26,4 mil, segundo o portal da transparência do governo do Estado. O marido dela ganhava R$ 20,9 mil.
Ainda segundo delegado, a oficial reafirmou que atirou no marido em legítima defesa por temer pela sua vida. Apesar de relatar sofrer agressões constantes, não há indícios de crime premeditado.
Relato de Itamara foi de que o casal tinha viagem marcada para Maceió (AL), onde comemorariam aniversário de casamento. Um dia antes da viagem, quando ela já estava com as malas prontas, o major informou que não viajaria e se iniciou discussão.
VIAS DE FATO
Valdeni teria começado a agredir a esposa com socos e tapas na cabeça e nos braços, até que ela caiu e ele passou a xingá-la e dizer que atiraria em sua cabeça, saindo em direção a garagem para buscar arma que estava na caminhonete.
“Ela disse que atirou para se defender, pois acreditou que estava sob ameaça direta e que efetuou o disparo de inopino, sem visada”, disse o delegado.
Ainda segundo Zotto, uma das hipóteses de investigação é legítima defesa, já que a tenente-coronel acionou polícia, bombeiros e uma militar subordinada logo após o disparo, além de apresentar hematomas na cabeça, pescoço e braço, que condizem com lesões de violência doméstica.
Além de Itamara, quatro testemunhas já foram ouvidas. Polícia ainda ouvirá policiais militares para saber se tinham conhecimento das agressões e familiares da vítima e da mulher.
Inquérito deve ser finalizado em 10 dais e delegado também aguarda laudos do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) e do Instituto de Criminalística, que periciou arma e cápsulas deflagradas.