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Campeão olímpico do salto triplo esbanja simpatia no Rio

Da Redação com GE
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SaltoA simpatia do americano Christian Taylor, atual campeão olímpico e duas vezes mundial do salto triplo, é inegável. Com sorriso constante, o americano, de 26 anos de idade, participou da coletiva de imprensa do atletismo dos EUA na última quarta-feira e foi alvo da maioria das perguntas dos jornalistas. Motivado a conquistar o bicampeonato, algo que não acontece desde 1976, quando o russo Viktor Saneyev, então competindo pela extinta União Soviética, sagrou-se tricampeão da modalidade, Taylor revelou ser fã do brasileiro Jadel Gregório, o último grande triplista brasileiro.
Jadel Gregório chegou um pouco antes de mim. Ele é um gigante, tem mais de 2m de altura, é muito forte, sempre grita antes dos seus saltos e incendeia a plateia com pedidos de palmas e muita vibração. Ele me lembra Willie Banks, de quem também sou fã. Eu tento gritar como ele, mas não consigo fazer tão alto nem tão forte (risos).

Preocupado em melhorar a sua performance para se manter à frente do cubano Pedro Pablo Pichardo, a quem derrotou na final do Mundial de 2015, em Pequim, e que teoricamente é seu principal adversário no Rio de Janeiro, ao lado do português Nélson Évora, Taylor revelou ter trocado a sua base, passando a dar o impulso inicial no primeiro salto com a perna direita – antes ele usava a perna esquerda.

– Em 2013 eu já não havia conquistado nenhuma medalha no Mundial de Moscou, e tive que mudar a minha forma de pensar e de treinar. Após o Mundial de 2015 eu passei a rever muitas coisas na minha técnica, porque os adversários estavam chegando perto demais, e decidi experimentar mudar a minha base. Antes eu iniciava o salto com a perna esquerda, e agora faço com a direita. O segredo foi o timing e a repetição constantes. Acho que essa mudança foi ótima para mim, porque me rendeu um ótimo resultado nos treinos e nas seletivas americanas. Por isso adotei essa nova base para a Olimpíada.

Dono da segunda melhor marca de todos os tempos (18,21m), Taylor confessa ter uma obsessão pelo recorde mundial, de 18,29m, do britânico Jonathan Edwards. O americano confessa que seu “objetivo secreto” é superá-lo no Rio de Janeiro.

– A marca de 18,29m é um objetivo incrível, e se eu estou aqui é porque ainda não o atingi. Esse objetivo me motiva. Tudo pode acontecer durante a competição, e tenho que estar preparado para qualquer loucura. Mas, de verdade, espero que alguém consiga elevar o nível da competição, porque isso nos ajuda a melhorar.
Campeão logo em sua primeira participação em Olimpíadas, o americano garante que, se ficou mais experiente e menos deslumbrado quatro anos mais tarde, a fome de conquistas continua a mesma de antes.

– Mudei em muita coisa desde os Jogos de 2012. Antes eu era muito novo, e fiquei um pouco impactado pelo ambiente dos Jogos Olímpicos. Agora estou mais maduro. Cresci e mudei e evoluí em muita coisa, mas a minha fome de conquistas continua a mesma. O salto triplo é uma uma modalidade muito especial. Estou ansioso por bater recordes, e se não fui o primeiro a atingir os 18,29m, talvez seja o primeiro a superá-los.
Nascido em Fayetteville, no estado da Geórgia, que fica no sul dos EUA, Taylor, que é filho de imigrantes de Barbados, também mostrou preocupação com a preferência dos jovens pelos esportes americanos, principalmente o futebol americano, em detrimento do atletismo. Para tentar mudar esse cenário, o campeão tem feito um trabalho de propaganda de sua modalidade nas escolas de seu estado natal. Ao falar da renovação do esporte, Taylor acabou cometendo uma pequena indelicadeza com sua colega de equipe, Allyson Felix, que estava ao seu lado e está em sua terceira Olimpíada.

– Nós somos exemplos quando estamos aqui. Gosto de sempre voltar às escolas em que estudei para conversar com os jovens para trazê-los para o atletismo. O futebol americano é muito forte no sul dos EUA, e os jovens que se destacam nas provas de corrida acabam sendo levados para esse esporte. Estou tentando trazê-los para o atletismo, porque há grandes valores por lá e precisamos da renovação constante. Sou muito favorável à renovação. Acho que o atletismo americano está na sua melhor fase. Não quero ser indelicado com Allyson (Felix), e não estou sugerindo que ela seja velha, porque sei que ela começou muito cedo (risos) – disse o saltador, depois sendo informado que Feliz tem 30 anos, e é apenas quatro anos mais velha que ele.

Perguntado sobre qual modalidade ele gostaria de fazer se fosse presenteado com um desejo e com todos os poderes necessários para conseguir, Taylor não teve dúvidas.

– Se eu pudesse escolher, iria no arremesso do dardo sem dúvidas. Quando morei e treinei na Holanda conheci alguns suecos que são muito bons nisso, e é incrível como eles conseguem jogar aquilo longe. Eu adoraria conseguir também (risos).

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