O vilão Aedes aegypti é uma das apostas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para combater a dengue, zika e chikungunya. Mosquitos resistentes ao vírus serão liberados em larga escala no Rio e em Niterói ao longo de três anos a partir de 2017, em uma área habitada por 2,5 milhões de pessoas. Os pernilongos carregam a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão das doenças e é inofensiva para seres humanos. O plano vai custar US$ 18 milhões para aplicação no Brasil e na Colômbia.
Segundo o pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira, líder do projeto no Brasil, nos locais onde a Wolbachia atingiu mais de 70% dos mosquitos, não foram observados surtos localizados de dengue. “Esperamos que com o projeto consigamos mostrar que houve redução significativa do número de casos de dengue e Zika.”
A Wolbachia é naturalmente encontrada em 60% dos insetos, mas não nos mosquitos. Os infectados pela bactéria a passam adiante ao cruzarem uns com os outros. A fêmea transmite o microorganismo para os filhotes. E se um pernilongo fêmea que não tiver o germe for infectado, fica estéril e os ovos não geram filhotes.
O projeto ‘Eliminar a Dengue: Nosso Desafio’ é uma colaboração internacional de pesquisa da Universidade de Monash, na Austrália. O financiamento é das fundações Bill e Melinda Gates e Welcome, além dos governos britânico e americano. No Brasil, dividem a conta a Fiocruz, o Ministério da Saúde, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e o CNPq. Na terça, o Ministério da Saúde anunciou o investimento de R$ 119 milhões na compra de 3,5 milhões de testes rápidos que identificam em 20 minutos o Zika Vírus. Dois milhões de kits devem ser distribuídos este ano.