O dono do Buffet Leila Malouf, Alan Ayub Malouf, está sendo alvo de investigações na 3ª fase da Operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”, deflagrada na tarde desta quarta-feira (14), em Cuiabá – MT. O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), composto por Promotores de Justiça, Delegados de Polícia, Policiais Militares e Civis e o Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) estão em diligência para cumprimento de mandado de prisão preventiva contra Alan.
O mandado em desfavor do empresário foi expedido pela Sétima Vara Criminal. Além de Alan, outros mandados de busca e apreensão e condução coercitiva também estão sendo cumpridos.
O dono do Buffet foi citado na delação premiada pelo proprietário da Dínamo Construtora Giovani Guizardi. Nos autos da ação penal oriunda da “Operação Rêmora”, Giovani firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual (MPE), onde acabou surgindo o nome de Alan Malouf.
A informação é de que o dono do Buffet teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo, valor este que depois seria recuperado por meio de propinas.
Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.
O proprietário da Construtora relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc, pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a 3ª em maior volumes de obras no Estado. A 1ª reunião teria acontecido no Buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc, Wander Luiz.
Giovani conta que ele se reuniu com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.
De acorcom com Giovani o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o real poder político na Secretaria. Por meio de nota, Maluf também negou qualquer participação em irregularidades. Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%.