Esse ano o visual da Praça dos Carreiros ganhou um novo monumento, o Prefeito Percival Muniz investiu em uma grande escultura que embelezou uma das praças mais conhecidas e que faz parte da história de Rondonópolis. O monumento, um carro de boi e 4 bois em cimento, maiores inclusive do que tamanho real, chama atenção de quem passa pela local.
A praça que há décadas faz sucesso, tem uma história para lá de interessante e tudo começou nos séculos XIX e XX que foram decisivos na história da evolução das praças, considerando que nesse período que a Praça dos Carreiros passou a ser ajardinada, equipada, pavimentada e tratada com esmero, de modo a abrigar os novos modelos de vida urbana. Apesar de na atualidade quase todo espaço público urbano nascer de um projeto, de um planejamento, inicialmente a área onde está situada a Praça dos Carreiros não foi assim, já que antigamente esse era o ponto de encontro de viajantes e mascates e foi por este motivo que o local recebeu o nome de Carreiros.
O terreno oferecia sombra para os viajantes, que chegavam a cavalo ou de mula, ali eles podiam soltar os animais, visto que nos anos de 1950 a praça era só um terreno com muitas árvores. O espaço da praça tinha a função nos anos 50 e 60 de congregar não apenas a população da cidade, mas a população de toda a região, à época caraterizada pela existência de inúmeras áreas de colonização. Era esse espaço um fator de agregação social da região e do espaço urbano.
A praça era uma propriedade particular por ter localização estratégica e condições favoráveis, tornou-se um grande espaço público, vindo à década de 1970, a ser o local da 1ª feira livre de Rondonópolis.
Os feirantes espalhavam suas mercadorias e as famílias vinham se deliciarem com as comidas vendidas na praça, comprando alimentos, pastéis fritos, caldo de cana a compra de alimentos do qual era necessário em casa e também para aproveitar o comércio local que já existia ao redor da praça.
No início, denominada a praça das Bandeiras, mudou para Praça dos Carreiros por conta da convergência dos carros de boi que chegavam à cidade e foi inaugurada em homenagem a esses carreiros em 1982 na gestão do prefeito Valter de Souza Ulisséia. Ela por ser localizada em ponto Central se tornou um dos lugares mais bonitos da cidade e por conta da sua beleza paisagista, tinha espelhos d’água e o local era destinado a hasteamento de bandeira.
Foi em 1980 depois do projeto do poder municipal que o quadrilátero da praça passou a assumir outras funções, como o de terminal de transporte coletivo local, após a urbanização de um terreno baldio o lugar se adequou ao modelo de praça que são comuns as encontradas em outras cidades.
A PRAÇA DE HOJE
A praça tem um desenho tradicional, com banquinhos escondidos, que na época era local para namorar, marcar encontros, ler um bom livro em contato com a natureza e ao passar dos anos, passou a não acontecer mais e a praça começou a viver cercada de moradores de ruas e andarilhos.
A praça já não é mais um local tão frequentado por sua beleza e tradicionalismo, a sujeira e o abandono cercam os bancos, os corredores e os palcos de múltiplas territorialidades a qual se faz necessário os cuidados diários, pois é um local turístico e urbano tornando-se essencial no cotidiano das pessoas.
Existe um projeto de reforma que foi apresentado pelo prefeito Percival Muniz, porém o que ocorreu até o momento foi apenas reparos. O projeto conta com uma plataforma que integra o monumento pioneiro e a Praça será modernizada para adaptação para os deficientes, o investimento seria de mais de R$ 3 milhões sendo R$221.999.99 de recursos próprios.
Segundo Ailon Do Carmo, advogado, escritor e Membro fundador da Academia Rondonopolitana de Letras, o local tem que ser preservado e cuidado, pois é um ponto de turismo que precisa ser valorizado por conta do tempo de história “Sou morador há 63 anos, o mesmo período de emancipação de Rondonópolis, acredito que essa cidade é uma das melhores do Estado e gostaria muito da preservação de um ponto turístico tão conceituado”, disse.
Já para a Professora Doutora aposentada, Laci Maria Araújo Alves, a proposta de reforma é boa, mas ouviu dizer sobre a retirada do Coreto e que ela já lutou contra a retirada na primeira manutenção de outras praças. “Ali havia apresentações em dias de desfile, eventos culturais, tinha um programa onde descobriu inúmeros talentos na cidade de Rondonópolis, os anos 80 foram marcados por esse ponto de encontro e acho terrível se isso for mesmo acontecer, descaracterizaria o local. ” Finaliza Professora.