Relator e representado no Conselho de Ética, os deputados Ricardo Izar (PP-SP) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) protagonizaram um bate-boca no início da noite desta quarta-feira no plenário da Câmara. Acusado de quebra de decoro parlamentar por ter cuspido em Jair Bolsonaro (PSC-RJ), após ter sido provocado, na sessão de impeachment de Dilma Rousseff, Wyllys é alvo de um parecer de Izar que pede a suspensão de seu mandato por quatro meses por conta do episódio. Durante a discussão desta quarta, o parlamentar do PSOL disse que está sendo punido por ser homossexual.
Tudo começou porque Izar foi se queixar no microfone de uma postagem de Wyllys na rede social, na qual, segundo ele, seu adversário afirmou que o relator está envolvido na Lava-Jato e que é homofóbico.
– Hoje de manhã, acordei e olhei minhas redes sociais. Havia uma enxurrada de xingamentos de homofóbico, de envolvido na Lava-Jato. Tudo isso devido a uma postagem que o representado, o deputado Jean Wyllys, colocou, insinuando meu envolvimento com a Lava-Jato e com a homofobia – disse Izar, que seguiu nas suas críticas e disse que seu nome nunca esteve envolvido na Lava-Jato.
Não é dessa forma que ele vai fazer com que eu mude minha opinião e meu voto no relatório que fiz sobre ele. A questão da homofobia não tem nada a ver com isso. Eu sempre aprendi a respeitar o próximo, independentemente de cor, de raça, de credo, de gênero e de espécie, sabe, porque eu trabalho muito com a questão dos direitos dos animais. Então, o que está em jogo não é a questão do gênero, do sexo, da opção sexual. Não é isso. O que está em jogo é o ato de cuspir.