Pelo menos 75 manifestantes foram detidos em Brasília na noite desta terça-feira (13) após protestos contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos. De acordo com a Polícia Militar, eles participaram do incêndio a um ônibus do TCB – que faz o transporte da Esplanada ao Aeroporto JK –, novas pichações ao Museu da República e à Biblioteca Nacional, depredações a prédios dos bancos do Brasil e de Brasília e ataques a uma concessionária no início da Asa Norte. O ato começou no final da tarde, horas depois de o projeto ser aprovado em segundo turno no Senado.
Segundo a PM, o ato reuniu 2 mil estudantes e ativistas políticos. O número era inferior ao efetivo de segurança, que somava 3,5 mil policias militares e civis, bombeiros e agentes de trânsito. Os grupos teriam entrado em conflito depois de manifestantes começarem a jogar paus e pedras contra as tropas, que reagiram com gás lacrimogêneo. Oito policiais ficaram feridos, com cortes no rosto, fraturas e perda de dentes.
Com a reação militar, os manifestantes se dispersaram pela área central. Parte deles montou barricadas com contêineres de lixo e ateou fogo. Um grupo seguiu para a Rodoviária do Plano Piloto, de onde partiu para a Galeria dos Estados. Outro, seguiu na direção da Asa Norte e chegou a passar pela quadra 302, onde ficam imóveis destinados a deputados. Depois, retornou pela W3 e danificou 20 carros novos e seminovos em uma concessionária.
Entre os estragos também houve danos a paradas de ônibus e a placas de sinalização, que foram amontoadas e queimadas. A entrada da sede do Banco do Brasil teve de ser coberta por lonas. Vídeos mostram quando grupos de vândalos jogam bombas no térreo do prédio e comemoram ao ouvir o barulho.