Em princípio, não faria muito sentido esperar grandes resultados de uma equipe como a STR, que se destina a, essencialmente, servir para pilotos e outros profissionais ganharem experiência na F1 e os mais talentosos, eventualmente, serem aproveitados pela irmã maior, a RBR. Esta, sim, concebida para lutar pelas vitórias.
Mas a expectativa com relação a STR este ano se estende para bem além da função de escola de pilotos e engenheiros. Desde que foi criada, a partir da simpática Minardi, em 2006, a melhor colocação do segundo time mantido pelo dono da RB, o austríaco Dietrich Mateschitz, foi o sexto lugar entre os construtores, em 2008.
Seus pilotos eram, então, um jovem de 19 anos, chamado Sebastian Vettel, e um mais maduro, 29, o francês Sebastian Bourdais, quatro vezes campeão da F-Indy, de 2004 a 2007. Foi nessa temporada, no GP da Itália, que Vettel conquistou sua primeira vitória e pole position. As únicas da STR até hoje.
Em 2016, com dois jovens pilotos talentosos também, o espanhol Carlos Sainz Junior e o russo Daniil Kvyat, na maior parte do campeonato, os mesmos desta temporada, a STR terminou em sétimo entre os construtores, com 63 pontos. Ainda em Abu Dhabi, no ano passado, o diretor geral da escuderia italiana, Franz Tost, disse: “Reunimos todas as condições para em 2017 darmos o maior salto da equipe. O quinto lugar é uma meta realista”.
E parece ser mesmo possível, apesar de estar no meio de organizações como Mercedes, RBR, Ferrari, Williams, McLaren, Force India. Até alguns resultados importantes durante as 20 etapas do campeonato de 2017 poderão ser obtidos pela STR, ao menos faz sentido esperá-los.
VÁRIOS ELEMENTOS A SEU FAVOR
O modelo STR12-Renault será o primeiro projetado e construído depois de a nova e bem equipada sede da organização ter ficado pronta e completamente operante, em Faenza, na Itália. Ainda mais importante: a mudança radical do regulamento representa uma oportunidade para o diretor técnico e coordenador do projeto do carro, o conceituado engenheiro inglês James Key, expor sua criatividade, reconhecida pelos concorrentes.
Com a evolução da unidade motriz Renault, em 2016, Tost e Key decidiram voltar a usá-la. Em 2016 o time competiu com a da Ferrari de 2015. “Na segunda metade do campeonato a diferença de potência dos adversários para nós foi sensível. Enquanto eles avançavam nós íamos ficando para trás”, disse Sainz Junior. A unidade italiana da STR foi exatamente a mesma da primeira a última prova do calendário. As demais receberam desenvolvimento.
Na primeira parte do mundial, 11 provas, Sainz Júnior marcou pontos em oito, nada menos de 30 do total de 46. Na segunda, 10 corridas, em apenas duas. É representativo. Kvyat, desequilibrado emocionalmente com o “rebaixamento” da RBR para a STR, a partir do GP da Espanha, quinto do ano, contribui com apenas quatro, um na Espanha e Alemanha e dois em Cingapura. Max Verstappen, então na STR, trocou de lugar com o russo.