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Alok, é o 25º DJ melhor do mundo o ‘topzera’ do streaming: Como o DJ goiano criou o hit ‘Hear me now’?

Da Redação com G1
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Imagem: aLOK
Foto: Reprodução

É de se estranhar que o brasileiro mais bombado nos serviços de streaming seja um DJ vindo da terra do sertanejo? Sim, um pouco. Mas sertanejo até que tem algo a ver com Alok, goiano de 25 anos que levou “Hear me now” à parte mais alta do Deezer e do Spotify.

O empresário do DJ era mais visto com duplas sertanejas. Hoje, Marcos Aurélio Araújo, dono da produtora Audio Mix, se divide entre nomes como Jorge & Matheus & Alok.

E são hits do sertanejo (e do funk) que duelam com Alok na parte alta das paradas de streaming desde dezembro, quando começou a bombar até bater 100 milhões de audições no Spotify. Marca inédita para um brasileiro. “Hear me now” também chegou no top 30 mundial.

“Vejo que ‘Hear me now’ foi uma quebra de paradigna. Sempre quem dominava era sertanejo. Imagina ver uma música de DJ nacional, um eletrônico no topo? Quero ver em primeiro lugar o nome da música, não o meu nome. Isso ajuda a solidificar a minha carreira”, explica Alok.

E o hit deste ano, te deu onda?

“Ela é chiclete, um fenômeno. Mas ‘Deu onda’ é passageira, bomba só no verão. Ela tem letra atrativa, mas não dá para ir muito longe. Muita música chega ao topo porque tem uma fórmula, porque está bombando só um tipo de música. É apelativa”, adjetiva.

Mas por que ‘Hear me now’ é diferente?

“As músicas que marcam buscam formatos diferentes, arriscam algo, acreditam em uma tendência antes que ela seja forte. Assim, ela tem destaque por mais tempo, tenta algo fora do mercado. Você é lembrado por ter feito algo de único, tem sua sonoridade, tem sua timbragem”.

O sucesso, claro, encheu os bolsos. Mas também encheu a caixa de e-mail. “Recebo muito vocalista mandando ideia, mas nunca faço música com vocais e melodias prontas. Gosto de criar do início mesmo. Geralmente eu faço a melodia base e peço para alguém tratar. Eu não sou muito bom de escrever, mas vou escrevendo junto com o vocalista. Eu sou mais do lance da melodia”.

Pai DJ

E faz tempo que a melodia está na vida de Alok Achkar Peres Petrillo. O DJ nasceu em Goiânia, mas só ficou por lá até os cinco anos. Depois, viveu entre Holanda, Inglaterra, Alto Paraíso (GO) e Brasília. Mudava para acompanhar o pai, o guitarrista e produtor Juarez Petrillo, conhecido como DJ Swarup e um dos criadores do festival Universo Paralello. Alok estudou Relações Internacionais na Universidade Católica de Brasília, mas largou o curso pela metade. Queria “viver de música”.

Dupla com irmão gêmeo

Começou tocando com seu irmão gêmeo, Bhaskar. Fizeram barulho juntos de 1998 a 2010, quando Bhaskar largou a música por um tempo. “Foi difícil. Era minha outra metade. Aquilo me fez crescer: a minha responsabilidade dobrou”, contabiliza.

“Muita coisa não fazia por ele, havia um choque de ideias. Fiquei livre para voar”, metaforiza. Bhaskar voltou a ser DJ e Alok tenta ajudar. Afinal, entende pelo que o irmão passou: “Viver de arte não é tão simples, traz insegurança. A gente é rotulado, quer ter algo seguro, estabilidade”.

25º na lista da ‘DJ Mag’

Alok garante que chegar em primeiro na lista não é o “objetivo da vida”. “Estar no top 25 é bom para virar os holofotes para mim. Lá fora, consegui mais visibilidade para minha carreira. Conheço várias pessoas que são populares mas não deixaram a marca do legado”, explica.

Carnaval cultural

Quem acessa o Instagram de Alok já viu o cara vestido:

  • Como um índio em uma tribo
  • Com uma túnica branca em Abu Dhabi
  • Com um chapéu militar batendo continência no Vietnã
  • Com um lenço típico em Bali…

Não basta ir tocar no lugar, tem que botar o traje de quem mora lá? Como não banalizar?

“Tento buscar inspirações em lugares que tocam a nossa alma. Eu tinha vida antes de ir pros lugares e continuo a ter depois. A minha experiência é o que importa. Não muda a forma como eu me visto. Eu quero voltar para lá e tocar. É algo que marca minha vida. A forma como você se veste não vai mudar. Isso não tem a ver com meu lado espiritual. Não é porque eu curto uma parada orgânica que eu não posso andar de jato”, explica.

A experiência mais marcante foi ter vivido três dias na aldeia Yawanawá Mutum, no interior do Acre. “O Alberto (Hiar, dono da marca Cavalera) me apresentou à tribo. Eu me amarrei e quis conhecer. Era para ser uma experiência profissional, mas virou muito mais forte. Eu mergulhei de ponta na cultura deles”. Ele se empolga ao dizer que participou de rituais como “o da vacina do sapo e o da Ayahuasca”.

Documentou tudo e transformou a experiência em músicas. “Escolhemos a tribo porque ela mantém a sua essência, sem energia elétrica. São valores bem sólidos. Foram seis horas de voo até Rio Branco,13 horas de estrada, nove horas de barco. É bem punk para chegar”.

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Foto: Reprodução

5 festas em um fim de semana

Hoje, ele contabiliza até cinco festas em um só fim de semana. “Neste ano, quero continuar com foco na internacionalização do Alok”, adianta. “Quero ter reconhecimento internacional. Temos uma carência de ser valorizado lá fora. Eu me encho de orgulho de ver jogadores, esportistas brasileiros com sucesso no exterior. Manter uma carreira no Brasil é difícil. Eu quero que tenham saudade de mim, não quero me saturar no mercado”.

Segundo Alok, seu mais novo parceiro é o holandês Tiesto. “Mas as músicas continuam sendo a minha cara, querem apostar no meu estilo de som. Eu estava agora mostrando músicas pro Tiesto. Eu perguntei pra ele do futuro da cena, e ele disse que eram as minhas músicas…”

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