O Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigam fraudes no Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior complexo hospitalar da América Latina. A suspeita é a de que materiais usados em cirurgias delicadas no cérebro, que deveriam ser descartados, eram reutilizados em outros procedimentos. O inquérito apura se as irregularidades geram perigo à saúde pública.
O foco da investigação é a Divisão de Neurocirurgia do hospital, onde são tratadas doenças como mal de Parkinson, epilepsia e tumores que afetam os movimentos. Os médicos também são suspeitos de adulterar prontuários dos pacientes. A diretoria do hospital confirmou parte das irregularidades que estão sendo investigadas e disse que duas pessoas já foram afastadas.
Investigadores já haviam estado no Hospital das Clínicas em 2016, quando a suspeita era de que havia sido montado no local um esquema de fraudes e superfaturamento na compra de equipamentos que teria causado um prejuízo de R$ 18 milhões aos cofres público. Na época, o HC negou as denúncias de compras superfaturadas.
Durante esta investigação, realizada na “Operação Dopamina”, policiais federais recolheram computadores, documentos e ouviram depoimento de funcionários. A partir destes depoimentos, os investigadores levantaram uma suspeita ainda mais grave: a de que materiais cirúrgicos e aparelhos que deveriam ir para o lixo eram reaproveitados em outros pacientes.