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Chainsmokers lança 1º disco com candidatas a megahit e letras que lembram sertanejo

Da Redação com G1
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Imagem: Chainsmokers
Chainsmokers foi uma das atrações principais da edição brasileira do Lollapalooza (Foto: Guilherme Tosetto)

É inegável o talento dos DJs-produtores Andrew Taggart e Alex Pall para criar arranjos colantes, com um frescor que os tirou dos festivais e paradas da eletrônica e os botou em espaços ainda maiores. Mas será que o Chainsmokers tem fôlego para ir além dos hits fáceis feat. cantoras e montar um repertório para os alçar de vez ao primeiro time da música pop?

É o que a dupla de Nova York tenta provar com “Memories…Do Not Open”, lançado nesta sexta-feira (7). Com arranjos mais suaves do que poderíamos esperar, o Chainsmokers segue cantando os “perrengues” da juventude topzera americana (e mundial, por tabela). Mesmo que para isso entregue versos que muito fazem lembrar hits sertanejos.

Traduzida para o português, “Break up every night” seria um belíssimo hino para Henrique & Diego ou Jorge & Mateus, naquela manjada tentativa de relatar as complicadas relações entre homens e mulheres:

“Ela quer checar meu celular, meu pulso, sem razão… Mas eu até que amo isso! Ela quer terminar comigo toda noite”.

Ah, mas esse é um caso isolado do potencial sertanejo do Chainsmokers? Não, não é. Tome como exemplo o refrão de “Don’t say”, com Emily Warren, pupila do produtor Dr Luke:

“Peraí, eu não quis parar você / Mas, querida, eu tenho que te deixar ir / Não diga, não diga que você é humana / Não diga, não diga que não é sua culpa”

Dá também para imaginar a tradução de “Wake up alone” na voz da Maraisa & Maraisa:

“Agora eu tenho carros, tenho roupas, tenho dinheiro… Tenho multidões gritando meu nome e dizendo que me amam… Mas você vai ficar quando tudo acabar? Ou eu vou dormir sozinhaaaa?”

Para fechar, a bebedeira de “Bloodstream”…

“Eu tô ficando bêbado três vezes por semana / Gastei meu dinheiro em um momento fugaz / Eu pensei… Eu-eu-eu-eu-eu-eu vou deixar isso pra lá… E agora Eu-eu-eu-eu-eu-eu não sei fazer parar”

E os tapas e beijos de “My type”, outra com a Emily Warren:

“Eu acho que você é bem o meu tipo / O tipo que me liga de madrugada / Não se decide se eu sou sua ou minha / Eu odeio, mas você é bem meu tipo / É, você é bem meu tipo, é-é”

E daí, o disco já é sucesso antes de ser lançado…

Tudo pouco parece importar. “Memories…Do Not Open” já nasceu um sucesso antes mesmo do lançamento, culpa das já lançadas “Paris” (irrestível que só ela, mesmo com a letra meio “classe média sofre”) e “Something like this” (com o Coldplay).

As duas (ao lado de “Closer”, que não está no disco) fizeram com que o grupo conseguisse um feito no mês passado: botou ao mesmo tempo três músicas no Top 10 da “Billboard”, algo que só havia rolado com Bee Gees e Beatles.

Eles querem mais, a gente também…

É bom também saber que o Chainsmokers vem divulgando trechos de ensaios com banda, deixando claro que os caras querem ir além do “dupla de DJs que apertam play, interagem de montão e tocam um set para delírio dos fãs”.

Seria um bom disco de estreia para uma banda qualquer, mas tudo fica mais decepcionante quando as candidatas a hit são comparadas à urgência (essa palavra) de “Closer” e “Paris”.

O Chainsmokers teria ido melhor se tivesse ficado no meio do caminho entre o besteirol de “#Selfie” (primeiro hit deles) e a pretensão das novas “Honest” e “The one”. A ressaca, infelizmente, bateu cedo demais.

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