A penitenciária de Cuiabá foi um dos assuntos abordados, na noite deste domingo (20), no Fantástico. Isso tudo por conta de uma investigação exclusiva que revelava uma cadeia brasileira onde os presos têm um mercadinho à disposição e usam celulares tranquilamente. Os bandidos até formaram um grupo de WhatsApp, para combinar os crimes. Com o nome “Marreta Progresso 157” (157 é o artigo do “Código Penal” para roubo), o assunto principal do grupo era roubo de carros.
O criador do grupo foi identificado como Luciano Mariano da Silva, apelido: ‘Marreta’. Condenado à prisão por 56 anos por tráfico e roubo, ele está na Penitenciária Central de Mato Grosso, em Cuiabá. Segundo a Polícia, ele controla no presídio os crimes praticados no estado pela principal quadrilha do Rio de Janeiro e criou uma poupança do crime.
De dentro do presídio de MT, Luciano conseguia trocar mensagens, mandar fotos aos companheiros e o grupo já chegou a ter 48 participantes, dos estado de MT, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. A quadrilha trabalhava para roubar carros e trocar por munições, armas e drogas, na Bolívia ou Paraguai.
Ao todo, foram cumpridos 45 mandados de prisão e seis foram pegos em flagrantes. De acordo com as informações da Polícia Civil, os crimes eram comandados por quatro líderes, que já estão presos e devem responder por mais esses crimes. Outros 37 estavam nas ruas e também foram para a cadeia.
Infiltrado
Em Mato Grosso eram 15 participantes que falavam de dentro da prisão, porém com autorização da Justiça, um deles era um policial civil que se passou por um bandido carioca e permaneceu quatro meses infiltrado para registrar os crimes cometidos pelo grupo. A investigação foi controlada pelo policial e ele informava sobre ou roubos, na intenção de identificar a quadrilha inteira.
O delegado Marcelo Martins Torhacs informou que com essa ação foi possível identificar a ação de tarefas, quem eram os líderes, gerentes, contadores e os soldados do crime.
Nota da Sejudh
A Secretaria Estadual de Justiça de Mato Grosso disse que faz revistas rotineiras nos presídios e que está investindo R$ 2,5 milhões na compra de um equipamento que faz o bloqueio imediato de celulares nas penitenciárias. Quanto ao mini-mercado, a Sejudh afirmou que ele “não é administrado pelos presidiários” e “que está inclusive regulamentando o comércio em parceria com Poder Judiciário”.
