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Quem é Cardi B, a rapper que destronou Taylor Swift do topo das paradas dos EUA

Da Redação com G1
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Imagem: cardibvma
Rapper Cardi B durante premiação do VMA em agosto (Foto: Danny Moloshok/Reuters)

Haters gonna hate, hate, hate… Mas o topo das paradas dos EUA tem uma nova dona. A rapper Cardi B, de 24 anos, destronou Taylor Swift e assumiu nesta semana o 1º lugar no Hot 100 da “Billboard” com a faixa “Bodak Yellow”. O ranking é erguido semanalmente a partir das músicas mais vendidas e escutadas em serviços de streaming.

O feito é histórico para as mulheres no rap. Cardi B é apenas a segunda rapper a liderar as paradas com uma música solo – e a primeira a fazê-lo em quase 20 anos. A outra foi Lauryn Hill, ex-The Fugees, que em 1998 emplacou “Doo Wop (That Thing)”.

E a Iggy Azalea? Sim, a australiana liderou o Hot 100 por 7 semanas em 2014 com “Fancy”. A música, porém, era uma parceria da rapper com a britânica Charli XCX.

Mas afinal, quem é Cardi B?

Ela ainda é desconhecida do grande público no Brasil, mas já toca nas festas de hip hop e nas listas do gênero no Spotify.

A responsável pela queda de “Look what you made me do”, canção do próximo álbum de Taylor Swift que impediu “Despacito” de bater recorde no Hot 100, mas acabou ficando no topo por “apenas” 3 semanas, se chama na verdade Belcalis Almanzar.

Nascida e criada no Bronx, região da cidade de Nova York que já foi muito pobre e violenta, e filha de imigrantes de Trinidad & Tobago e República Dominicana, Cardi B entrou para o jogo contando sua vida nas redes sociais.

Cardi B durante Diamond Ball, evento beneficente organizado por Rihanna (Foto: Evan Agostini/Invision/AP)
Cardi B durante Diamond Ball, evento beneficente organizado por Rihanna (Foto: Evan Agostini/Invision/AP)

Após largar um namorado que a agredia, Cardi B começou a trabalhar como dançarina e stripper e a registrar todos os seus passos no Instagram. Ela tinha lá a sua popularidade, mas bombou mesmo com uma postagem em que aparece de sutiã e saia dizendo:

“Lá fora está gelado, mas ainda me visto assim porque uma vadia nunca sente frio”.

O vídeo viralizou e a reação foi meio que a mesma que Pabllo Vittar e Rico Dalasam causaram depois com a música “Todo dia”, do refrão “Eu não espero o carnaval chegar pra ser vadia. Sou todo dia”. Cardi B era vista como uma mulher divertida, bem resolvida e sem papas na língua.

Depois, acabou escalada para o reality show “Love & Hip Hop”, onde mostrou suas pretensões para a música e acabou virando símbolo para mulheres e latinos. A franqueza, mais uma vez, e as mensagens a favor de suas origens, do público feminino e da positividade sobre o corpo eram valorizadas.

Mas o lado sincerão também fez Cardi B se envolver em polêmicas, algumas delas geradas por tentativas de desqualificar seu discurso pelo histórico dançarina/estrela de programa de TV. Ela fala sobre esse preconceito em um vídeo no Instagram:

“Se você acredita em direitos iguais entre homens e mulheres, você é feminista. Não entendo porque vocês pensam que uma feminista precisa ter educação, diploma. Não é isso. Vocês estão desencorajando um certo tipo de mulher. O problema é que ser feminista é algo ótimo, e vocês não querem que eu seja ótima. Dane-se. Porque no final do dia eu vou encorajar qualquer tipo de mulher. Você não precisa ser igual a mim para eu te apoiar e encorajar”.

A música

Cardi B se apresenta em festival de música na Philadelphia (Foto: Michael Zorn/Invision/AP)
Cardi B se apresenta em festival de música na Philadelphia (Foto: Michael Zorn/Invision/AP)

Entre 2016 e 2017, Cardi B lançou duas mixtapes: “Gangsta Bitch Music Vol. 1” e “Gangsta Bitch Music Vol. 2”. Mas a carreira musical decolou de vez em junho deste ano com “Bodak Yellow”, single que a levou ao topo do Hot 100. O lançamento de um álbum completo está previsto para o final do ano.

“Bodak Yellow” tem esse nome porque Cardi B se inspirou no “flow” (o ritmo de cantar) do rapper Kodak Black em “No flockin”. E o som da faixa tem a mesma levada trap (graves pesados, auto tune aqui e acolá e uma bateria eletrônica clássica pontuando a batida) que tem feito sucesso tremendo nos EUA nas vozes de artistas como Future, Lil Uzi Vert e o trio Migos – um dos membros, Offset, é o namorado atual de Cardi B.

E em “Bodak Yellow”, a rapper basicamente comemora sua ascensão na vida após anos de ralação. Seja promovendo os itens que ela agora pode comprar:

“Esses são caros, esses têm sola vermelha, esses são sapatos sangrentos”, diz ela em referência aos caríssimos modelos do estilista Christian Louboutin.

Seja agradecendo por poder fechar as contas no verde no final do mês:

“Ganhei uma grana e consertei meus dentes, tomara que vocês vadias saibam que isso não é barato. E eu pago as contas da minha mãe, não tenho tempo a perder”.

Seja celebrando sua nova rotina de riqueza e fama:

“Eu não danço agora, eu faço o dinheiro dançar”.

A vida de Cardi B é tema das suas letras e, por sinal, seu passado não a condena. A rapper afirma que não tem vergonha de seus tempos como stripper, mas agradece a vida que tem hoje.

“Dançar me salvou de muitas coisas. Quando comecei, voltei para a escola”, ela diz em entrevista em 2016. “Eu costumava trabalhar sete dias por semana. Agora me sinto muito cansada às vezes, mas aí penso: ‘Você prefere estar aqui ou rebolando sua bunda por 8 horas em cima de saltos?'”

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