Eu cheguei e encontrei ela sufocando, o fogo já estava apagado, também fiquei sufocada procurando ela, e encontrei ela no cantinho”, disse Rosângela Souza Barbosa, de 38 anos, mãe de Maria Rita Barbosa Souza, de cinco anos.
Maria Rita é uma das sobreviventes da tragédia que matou cinco crianças e uma professora de uma creche em Janaúba, na quinta-feira (5). O vigia do local ateou fogo nas crianças e depois nele mesmo; Damião Soares dos Santos, de 50 anos morreu no hospital, cinco horas após cometer o crime.
A empregada doméstica Andréa Rodrigues Monção, de 33 anos, conta que o filho está na creche há seis meses. Kaio Phierre dos Santos, de 2 anos e 11 meses, estava na sala do maternal e também sobreviveu ao ataque do vigia. “Eu estava no serviço, quando me ligaram e disseram ‘corre Andréa, que só tem menino morto no chão’ “, disse a mãe do menino.
Ela conta ainda que chegou e viu o filho de dois ano sentado no chão, chorando. “Ele me abraçou e disse ‘desculpa mãe, desculpa mãe, o homem correu atrás de nós cheio de fogo'”, disse.
Outras crianças e funcionários da creche ficaram feridos no ataque. Trinta e oito pessoas permanecem internadas em hospitais de Montes Claros, Janaúba e Belo Horizonte. Entre elas, estão 22 crianças.
Duas funcionárias da creche, que estão em estado grave, foram transferidas de helicóptero de Janaúba para Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (6).
O Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, também recebeu na madrugada mais quatro crianças feridas. Unidade é referência no estado em tratamento de queimaduras. Ao todo, 11 crianças entre 3 e 5 anos estão internadas na capital mineira. A informação é do Corpo de Bombeiros.