Profissionais de saúde da empresa Carmed Emergências que prestam serviços para o Estado de Mato Grosso, com cuidados médicos em casa a pessoas doentes, estão enfrentando dificuldades para manter o atendimento aos que necessitam desse tipo de cuidado em Rondonópolis (MT), tudo isso só está acontecendo em decorrência do atraso salarial de quatro meses por parte do Governo do estado.
Em Rondonópolis, vinte pessoas que conseguiram na Justiça o direito de receber o atendimento médico em domicílio correm o risco de perder o direito adquirido, já que a empresa está chegando ao 5º mês sem receber os valores acordado com o Estado.
Somente este ano, os últimos quatro meses (junho, julho, agosto e setembro) não foram pagos e ainda existem valores em aberto referente ao mês de novembro de 2016, sem contar as notas em meses aleatórios que até o momento não foram quitadas.
Diante de toda essa situação, alguns pacientes não recebem o atendimento, e quem ainda recebe, corre o risco de não ser mais atendido.
A direção da empresa que presta o serviço, disse que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) tem evitado negociar a dívida. “O atual secretário de Estado simplesmente não fala com ninguém. Nós estamos atendendo esses pacientes sem receber, mas a empresa já chegou ao limite. Enfrentamos outras vezes atrasos, mas nunca chegamos a situação vivida hoje”, explica um dos representantes da Carmed.
Através de familiares de um dos pacientes que recebem o atendimento pela empresa, a informação é de que pessoas estão perdendo o benefício do serviço. “Muitos receberam aviso de que se não houvesse o pagamento dos salários em aberto, o benefício seria suspenso no dia 30 de setembro. Como o Governo não realizou o pagamento, alguns desses benefícios foram cortados”, explicou a mãe de um dos pacientes.
Esse tipo de serviço é indicado para pacientes que estão em situação grave, mas que não precisam ser mantidos em ambiente hospitalar. Como por exemplo em alguns casos de patologias agudas, ou acidentes e até em situações de pós-operatórios, onde os pacientes devem ser mantidos nos hospitais e se o paciente tem estabilidade clínica para poder ficar em casa ou em um local que não ofereça riscos, pode receber a atenção domiciliar que o serviço oferece.
O serviço e os cuidado que o home care oferece tem um valor e um custo financeiro muito alto, e as famílias que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) recorrem o que é seu direito através da Justiça para que o governo do estado forneça o serviço.
Com o fim, ou a suspensão desse serviço o reflexo é imediato nos leitos de hospitais do município de Rondonópolis. Existem o registro de pacientes do home care na UPA 24 horas, no Hospital Regional e Santa Casa de Misericórdia. No caso do hospital filantrópico, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está praticamente ficando sem vagas, já que o fluxo de pacientes aumentou.