Os corpos de um menino e uma menina, vítimas do desabamento de uma estrutura de caixa d’água sobre a Escola Municipal Professor Osman dos Santos Oliveira, foram velados na igreja do Povoado Campo Grande, no município de Nossa Senhora das Dores (SE). O enterro estava programado para as 10h (horário local), desta terça-feira (7) no cemitério da comunidade onde as crianças viviam e estudavam, mas aconteceu por volta das 11h.
A Prefeitura de Nossa Senhora das Dores informou que 20 pessoas ficaram feridas. Dessas, 7 receberam cuidados aos ferimentos leves na unidade de saúde do município e foram liberadas. O coordenador assistencial Valtenes Braga, do Hospital Regional de Itabaiana, informou que os 7 feridos que haviam sido transferidos para a unidade também receberam alta.
As outras seis vítimas do acidente foram levadas para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Uma criança recebeu alta no início da noite de segunda-feira (6) e o restante dos feridos permanecem internados no local.
A Prefeitura de Nossa Senhora das Dores decretou luto oficial por três dias e suspendeu as aulas nas escolas da rede municipal nesta terça-feira (7).
“Estamos avaliando a possibilidade de aquisição de um imóvel no povoado para realocar os alunos e professores já que a escola atingida pela caixa d’água ficou praticamente toda destruída. Se isso não for possível, será disponibilizado transporte escolar para levar as crianças para outras escolas da região”, explicou Thiago Nascimento, secretário municipal de comunicação de Dores.
“O acidente foi na hora do intervalo quando as crianças estavam no pátio da escola. Se todas estivessem dentro das salas de aula teríamos mais vítimas”, disse o prefeito do município Thiago de Sousa Santos, que é médico e colaborou no socorro às vítimas.
A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) confirmou que a caixa d’água pertence a empresa e ficava ao lado da unidade escolar. O reservatório era responsável pelo abastecimento do povoado, que tem 600 pessoas.
“O reservatório tinha 13 anos, o que para a construção não é considerado um longo período. E possuía 15 metros de altura, com capacidade para 30 mil litros de água. Uma perícia será realizada no local nesta terça-feira”, explica o diretor da DESO, Sílvio Múcio, completando que a companhia vai apurar tecnicamente o fato para esclarecimentos as causas do acidente.
Inquérito
O delegado Marcos Garcia, que acompanha o caso, informou que o inquérito já foi instaurado e testemunhas foram ouvidas. “Algumas disseram que a situação da caixa d’água já vinha sendo questionada pela comunidade e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) tinha sido firmado entre o Ministério Público de Sergipe e a Deso. Agora, o papel da polícia é buscar e responsabilizar àquelas pessoas que não adotaram as providências necessárias”, disse.
O diretor da Deso, Sílvio Múcio, disse que não tem conhecimento da existência do TAC referente as condições do reservatório.
A assessoria de comunicação do Ministério Público de Sergipe informou que o órgão não tinha conhecimento do estado do reservatório. Disse ainda que o promotor Renato Dantas Bernardes afirma que o único Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) existente foi firmado com as escolas municipais para adequar o projeto de incêndio e pânico.