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OPINIãO DO LEITOR

Estamos conectados?

Todos queremos estar conectados de alguma maneira

Cleiton Malheiro de Oliveira, professor especialista, na rede Estadual de Educação em Rondonópolis.
VIA

É imperativo nos tempos atuais estar conectado às redes sociais. Essa necessidade, quase que obrigatória, além de proporcionar novas e amplas experiências, nos “conecta” com o mundo. Todos queremos estar conectados de alguma maneira, a algo ou alguém, e a internet tem proporcionado isso. Seja por meio de uma videoconferência, uma mensagem no WhatsApp, sms, e-mail, etc. Fronteiras territoriais são ultrapassadas ao conectarmos a rede wifi. Não mais pedimos um copo d’água em uma visita a casa de um amigo e sim qual a senha do wifi.

Contudo caminhamos também para novas maneiras de interação com o outro. Uma interação virtual. Temos deixado de lado o olhar no olho, ao dialogar por estarmos de olho na tela do celular, ansiando por uma nova notificação, curtida ou comentário.
Será que estamos realmente conectados? Estabelecemos amizades com facilidade no Facebook, temos muitos seguidores no Instagram, expomos nossas opiniões no Twitter, compartilhamos inúmeras mensagens no dia a dia, porém nos afastamos no real. Comum é vermos os transeuntes de cabeça baixa, mexendo em seu aparelho celular, conectados ao virtual, indo e vindo na correria do cotidiano. Sem perceber temos mudado nossa forma de interação nas relações rotineiras, deixamos de olhar o outro, curtimos uma nova foto do perfil, todavia temos dificuldades de elogiar sinceramente alguém. Sabemos mais de um artista famoso, do que dos nossos pais, amigos, parentes, vizinhos e colegas de trabalho.

Como na caverna do mito de Platão, almejamos a liberdade e a interatividade, porém a transformamos em novas prisões, o ser continua em eclipse, encoberto por uma imensa sombra, agora equipadas com a luz artificial dos aparelhos e suas vastas funções. São indiscutíveis as facilidades e os benefícios que o uso da tecnologia possibilita ao homem, no entanto, o uso descontrolado, que estreita a relação eu e o outro, no aqui presente e agora, nos torna cada vez menos livres e nos comportamos cada vez mais como máquinas.

É preciso estar conectado com a vida real. Para ter acesso basta efetuar login a um amigo. A senha de acesso desde um café a uma caminhada no fim de tarde é de fácil memorização. Bem na verdade, a criatividade é livre para arquitetar encontros. Estar ligado ao outro, na troca de olhares e afetos, nos diálogos e risos frouxos, ou até mesmo nas discussões de ideias e ideais, nos constitui enquanto sujeitos, vivenciando e experiênciando situações que nos marcam, na construção e desconstrução do ser e viver.

Cleiton Malheiro de Oliveira, professor especialista, na rede Estadual de Educação em Rondonópolis.
Lhays Ingryd Soares Leite, pedagoga especialista, na rede Municipal de Educação em Rondonópolis.

 

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