Superintendência do Ministério do Trabalho em Goiás proibiu o uso de 2,5 mil pistolas da marca Taurus em uso pela Polícia Militar de Goiás. Segundo auditoria do órgão, os exemplares do tipo PT 24/7 PRO D são perigosos para o uso dos policiais e, e em quatro anos, já causaram 27 acidentes com integrantes da corporação. Os auditores exigem o recolhimento e a substituição por armas seguras.
“As armas são inseguras, perigosas para o uso policial e, para garantir a vida e a integridade física desses policiais e seus familiares, da sociedade goiana, decidimos proibir o uso das armas e o recolhimento das 2,5 mil pistolas”, disse a auditora Jacqueline Carrijo.
O G1 entrou em contato com a PM-GO e com a Taurus, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O estudo das armas foi feito entre agosto e outubro deste ano. Os principais problemas constatados pelo levantamento são:
disparos em rajadas em regime automático [ deve ser em modo semiautomático];
falha do retém do ferrolho [a pistola não fica aberta, não indicando que a munição acabou];
carregador [ de munição] danificado com rachadura;
arma que não para na ação simples [ a pistola não fica na posição que gera maior precisão do tiro];
travamento do gatilho;
arma dispara no coldre [equipamento que os policiais transportam a arma junto ao corpo quando fardados];
disparo involuntário.
“É um absurdo que as armas apresentem estes defeitos, defeitos de construção, dos dispositivos de segurança, disparam sozinhas. Quantos PMs tiveram carreiras frustradas, aposentaria precoce ou que foram punidos por excesso de uma arma que disparou sem o acionamento do gatilho ou porque o gatilho travou? Há muitos defeitos que têm comprometido a segurança pública”, opina Jacqueline.
Dados
De acordo com o levantamento, a auditoria colheu informações, dados, denúncias de acidentes e incidentes com a PT 24/7 PRO D envolvendo policiais das forças de segurança de Goiás e até mesmo de outros estados. A análise também foi feita em parceria com peritos da PM-GO.
De acordo com o MTE, se comprovou o esforço administrativo da Polícia Militar de Goiás para corrigir o problema e substituir as armas. Porém, conforme a auditora, a Taurus não tomou nenhuma providência eficaz.
O ato de interdição foi acompanhado pela PM-GO e pelo Ministério Público Federal (MPF). O próximo passo é o recolhimento das armas em todos os municípios goianos.