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”O Poderoso Chefão” condenado por matar mais de 150 pessoas morre de câncer na Itália

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Toto Riina, ex chefe da máfia siciliana e suspeito de matar mais de 150 pessoas - Foto: Gianni Schicchi/ AP
Toto Riina, ex chefe da máfia siciliana e suspeito de matar mais de 150 pessoas – Foto: Gianni Schicchi/ AP

Salvatore Riina, o ex-poderoso chefão da máfia siciliana e um dos homens mais temidos da Itália, morreu em consequência de um câncer nesta sexta-feira (17). Sua morte foi confirmada pelo Ministério da Justiça italiano.

O “chefe dos chefes”, de 87 anos, condenado a 26 penas de prisão perpétua e suspeito de matar mais de 150 pessoas, estava em coma induzido havia vários dias, depois de duas cirurgias que agravaram seu estado de saúde.
Também conhecido como Toto Riina, o mafioso faleceu na unidade carcerária do hospital de Parma, no norte da Itália.

Um dia depois do aniversário
Nesta quinta-feira (17), véspera de sua morte e dia de seu aniversário, Riina recebeu a visita da mulher e de três dos quatro filhos, autorizada pelo ministério italiano da Saúde. O filho mais velho do mafioso, Giuseppe Salvatore, cumpre pena de prisão perpétua por quatro assassinatos.

“Não é Toto Riina para mim, você é apenas meu pai. E te desejo um feliz aniversário, papai, neste dia triste mas importante. Te amo”, escreveu seu outro filho, Salvatore, no Facebook nesta quinta.
De acordo com o arcebispo de Monreale, que também responde por Corleone, Riina não poderá ter um funeral público, porque era um “pecador”.

Foto de 16 de janeiro de 1996 mostra o chefe dos chefes da máfia siciliana, Toto Riina , sendo escoltado até o tribunal em Bolonha, na Itália. - Foto: Gianni Schicchi/ AP
Foto de 16 de janeiro de 1996 mostra o chefe dos chefes da máfia siciliana, Toto Riina , sendo escoltado até o tribunal em Bolonha, na Itália. – Foto: Gianni Schicchi/ AP

“Se a família pedir, podemos considerar uma oração privada no cemitério”, explicou o arcebispo Michele Pennisi em um e-mail à Associted Press. Ainda não se sabe, no entanto, se o corpo de Riina será levado para Corleone.

Sem arrependimento
Riina havia solicitado a libertação em julho, alegando uma doença grave, mas o pedido foi rejeitado depois que um tribunal determinou que o atendimento médico na prisão era tão adequado quando o que receberia fora do sistema penitenciário.

Os médicos afirmaram na ocasião que Riina estava “lúcido”. Em uma conversa interceptada há alguns meses, o ex-poderoso chefão afirmou que “não se arrependia de nada”. “Nunca poderão lidar comigo, mesmo que me condenem a 3 mil anos de prisão”, disse.

Camponês que virou líder da Cosa Nostra
Salvatore Riina nasceu em 16 de novembro de 1930, em Corleone, perto de Palermo, capital da Sicília, em uma família de camponeses pobres. Com apenas 18 anos entrou para a máfia.
A cidade natal de Riina se tornou famosa por ser o local onde Vito Corleone, protagonista do romance ficcional “O poderoso chefão”, nasceu.

Depois de uma primeira passagem pela prisão por assassinato, Riina, soldado fiel do líder mafioso Luciano Liggio desde os anos 1950, avançou na organização até substituir o chefe em 1974.
Em 1969, a Justiça emitiu a primeira ordem de prisão contra ele, mas Riina conseguiu viver na clandestinidade durante quase 25 anos – período em que, provavelmente, nunca saiu da Sicília.

Riina, à frente do clã dos Corleone, se apoderou de todas as atividades rentáveis da máfia, do tráfico de drogas aos sequestros, passando pela extorsão, após uma guerra nos anos 1980 que deixou centenas de mortos entre as “famílias palermitanas”.

Depois de vencer a guerra em 1982, Riina assumiu o poder total e virou o chefe da “Cúpula” (o Executivo da Cosa Nostra), e iniciou uma campanha de violência contra os representantes do Estado.

le ordenou os assassinatos dos juízes de combate à máfia Giovanni Falcone (1992) e Paolo Borsellino (1993), que tinham trabalhado sem trégua para levar mais de 300 mafiosos a julgamento em 1987.
Também foi um dos cérebros dos atentados que deixaram 10 mortos em Roma, Milão e Florença em 1993. “Que Deus o perdoe, porque nós não faremos isto”, afirmou uma associação de vítimas do atentado em Florença, segundo o jornal “Fatto Quotidiano”.

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