Três pessoas foram presas pela Polícia Civil (PC) acusadas de participação no assassinato do prefeito de Colniza (1.283 Km de Rondonópolis), Esvandir Antônio Mendes, 61 anos. Os indivíduos foram identificados como Zenilton Xavier de Almeida, Antônio Pereira Rodrigues Neto e Welisson Brito Silva. Eles foram presos em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira (880 e 735 km a Noroeste de Cuiabá), respectivamente. O trio estava em um veículo Fiat Uno cinza, quando foram parados, cerca de 20 km após Castanheira, por uma viatura do Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra), da Regional de Juína, que auxilia as investigações.
Dentro do automóvel foram apreendidos R$ 60 mil, em dinheiro, proveniente do pagamento pela execução do prefeito. O dinheiro estava em um pacote do Banco do Brasil, sendo um montante de R$ 50 mil, e outros dois volumes de R$ 10 mil.
O suspeito Antônio Pereira é morador de Colniza e convocou dois comparsas oriundos do Pará para o crime. Antônio é apontado como o mandante e também participou da execução do prefeito. Todos estão sendo interrogados pelos delegados Edison Pick, titular de Colniza, e o delegado Caio Álvares de Albuquerque, da força-tarefa de Cuiabá, para esclarecer a motivação.
O delegado Marcos Bortolotto Remuzzi, que está respondendo pela Regional de Juína, informou que a Politec esteve nesta sexta (15) em Colniza realizando as perícias de local de crime e retornou nesta tarde, em aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), para iniciar perícia no veículo utilizado pelos suspeitos, que foi localizado. Conforme o delegado, as armas dos crimes foram encontradas jogadas em um rio e o Corpo de Bombeiros acionado para retirada.
O prefeito conduzia uma Toyota SW4 preta quando foi interceptado pelos suspeitos, em um veículo SUV, preto, a cerca de 7 Km da entrada da cidade. O veículo foi ao encontro da caminhonete, momento que foram efetuados vários disparos contra o prefeito Esvandir que ainda conseguiu dirigir, mas acabou morrendo no perímetro urbano, na BR-174, esquina com a Rua 7 de Setembro. Outros dois disparos feriram o secretário Admilson, sendo um na perna esquerda e outro nas costas. O fato ocorreu por volta das 18h40.
Nas primeiras horas deste sábado (16), duas aeronaves do Ciopaer foram deslocadas ao município. Um avião seguiu com equipe da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá e Inteligência, composta por um delegado e três investigadores, para auxiliar as Polícias local nas investigações. Outra aeronave levou o secretário de Estado de Segurança Pública, Gustavo Garcia Franciso, o comandante geral da Polícia Militar, coronel PM Marcos Cunha e o delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi, que acompanham os trabalhos.
“Peço para a população continuar acreditando nas Polícias, que são compostas por homens e mulheres dignos e muito competentes”, disse o delegado geral da PJC, Fernando Vasco. “O sucesso dessa operação e de outras se deve a aproximação e integração das forças”, finalizou o delegado geral.
SAIBA MAIS
O assassinato aconteceu na véspera da sessão em que a Câmara da cidade votaria sua cassação. Esvandir era acusado de cometer irregularidades com recursos da taxa de iluminação pública e na folha de pagamento dos servidores. Em agosto, ele chegou a ser afastado do cargo por 90 dias.
Ele é o 2° político assassinado na cidade em um intervalo de nove meses. Em março, o ex-vereador por três mandatos Elpídio Meira foi executado dentro de casa, em um crime ainda não esclarecido.
Colniza vive uma crise política há quase dois anos. Em janeiro de 2016, o então prefeito João Assis Raupp (PMDB), de quem Esvandir era vice, foi cassado pela Câmara. Ele era acusado de superfaturamento na compra de medicamentos, no pagamento de diárias e no aluguel de um imóvel.
Com a saída de Raupp, Esvandir assumiu o posto e se candidatou à reeleição em outubro, conquistando a vitória nas urnas. Seu vice é Celso da Cacique (PT), que agora vai assumir o comando do Município.