O ano de 2017 é recordista em focos de incêndio com 270.479 número de queimadas registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde 1999, no Brasil. Detalhe para o ano que ainda não acabou. O mês que disparou na frente foi setembro, o grande responsável pelo dado histórico.
Em setembro foram 110.988 pontos de calor registrados, um número nunca antes atingido em apenas 30 dias no país e que representa mais de 40% do total do ano. Em dezembro, são 6.873 focos em apenas nove dias (a média mensal é 8.836). Na comparação com todo o ano passado, já há um aumento de 44% no número de focos de calor.
Mato Grosso
Em relação a média dos últimos 10 anos, Mato Grosso teve aumento de 66% dos números de focos de calor. O estado continua na 5° posição entre os estados da Amazônia Legal que apresentaram aumento nos focos de calor, em números proporcionais, de 15 de julho a 15 de outubro.
Para o pesquisador Alberto Setzer, responsável no Inpe por coordenar o monitoramento de queimadas no país, a estiagem prolongada em boa parte dos estados e a ausência de fiscalização estão entre as principais causas da propagação do fogo.
Ele cita o caso de Mato Grosso, onde houve um decreto proibindo queimadas, cujo período foi, inclusive, estendido. “Mesmo assim, não foi observada nenhuma alteração no uso do fogo. Pelo contrário, aumentou tremendamente.” O estado teve quase 44 mil focos neste ano.
Os municípios com mais ocorrências de queimadas no período em Mato Grosso neste ano foram Colniza, Paranatinga, Barão do Melgaço, Santa Terezinha e Nova Bandeirantes.
O ‘Plano de combate e prevenção às queimadas 2017’ da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) contou com investimento de R$ 3 milhões na estrutura de prevenção e resposta, o dobro do ano passado e cerca de sete vezes superior ao que foi empregado em 2014, que totalizou R$ 438 mil.