Chacina de trabalhadores rurais, operação da polícia federal, delação de ex-governador e super salários de juízes estão entre os assuntos marcantes do ano em Mato Grosso. Olha lista de notícias publicadas em ordem cronológica, que chamaram a atenção dos leitores em 2017.
Chacina em Colniza
O Ministério Público estadual denunciou cinco pessoas por participação na morte dos trabalhadores. No entanto, nenhum deles está preso. A primeira audiência de instrução sobre o massacre ocorreu no dia 27 de novembro. O julgamento deve ocorrer em 2018.
Morte de adolescente
Uma adolescente de 16 anos foi encontrada morta em uma lagoa na região central de Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, em abril. Segundo a Polícia Militar, a morte dele teve relação com um jogo online que incitava desafios do qual a adolescente fazia parte.
Outros adolescentes que supostamente participariam do jogo também foram identificados após a morte. Por causa do número, a PM fez ações preventivas e palestras nas escolas.
Esquema de grampos
Um esquema de espionagem no setor de inteligência da Polícia Militar de Mato Grosso foi denunciado numa reportagem do Fantástico, em maio. Números de jornalistas, advogados e políticos de oposição do atual governo foram grampeados.
Uma investigação tenta descobrir se o governador, Pedro Taques (PSDB), tinha conhecimento do esquema. Taques nega a acusação.
Durante a apuração, ex-secretários estaduais, militares de alta patente da PM e o primo de Taques foram presos por suposta participação. O processo – após desmembramento determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), é investigado pela 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar.
Delação Silval
O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), delatou políticos e autoridades do estado em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto. No acordo, Silval entregou vídeos em que políticos de diversos partidos recebem maços de dinheiro de propina.
Entre os políticos filmados aparecem o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), a atual prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB), ambos deputados estaduais à época em que as imagens foram filmadas. Aparecem também o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) e o ex-deputado estadual Alexandre César (PT). Todos negam ter recebido a propina.
A delação do ex-governador também aponta outros esquemas de corrupção. Entre eles, pagamento de propina nas obras de construção da Arena Pantanal, acordo entre políticos para eleger o atual governador Pedro Taques (PSDB), pagamento de mensalinho na ALMT.
Operação Malebolge
Em 14 de setembro, policiais federais deflagraram a Operação Malebolge, que tinha como alvos casas de políticos e órgãos públicos de Mato Grosso, São Paulo e Brasília. A operação é um desdobramento da Operação Ararath, que investiga desvio de dinheiro por meio de factorings clandestinas.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em gabinetes de deputados na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).
No desdobramento da operação, o deputado Gilmar Fabris (PSD) foi preso por obstrução à Justiça no dia 15 de setembro. Ele passou 40 dias preso e foi solto por decisão da ALMT.
‘Supersalários’
Os ‘supersalários’ de juízes em Mato Grosso causou polêmica em agosto desse ano. Dos 286 magistrados do estado, 192 receberam acima de R$ 33,7 mil – teto constitucional para os servidores públicos. À época, um dos maiores salários foi pago ao juiz Mirko Vincenzo Giannote, da 6ª Vara da Comarca de Sinop, a 503 km de Cuiabá. Ele recebeu R$ 503 mil em vencimentos no mês de agosto.
Na ocasião, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afirmou que os pagamentos não haviam sido autorizados. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT),por sua vez, alegou que os pagamentos foram feitos com segurança e transparência.
Queda de avião
Três pessoas da mesma família foram encontradas mortas após a queda de um avião numa área de mata fechada, a 24 km de Juruena, a 893 km de Cuiabá. O piloto, a mulher e o filho estavam desaparecidos e foram encontrados cinco dias depois do acidente.
Os corpos de Leandro Ferreira Pascoal, de 28 anos, a mulher dele, Francieli Reseto Pascoal, e o filho do casal, Felipe Pascoal, de 1 ano e 7 meses foram sepultados em Juara a 690 km de Cuiabá.
A família tinha decolado em uma aeronave de Colniza com destino a Juara (1.065 e 690 km de Cuiabá, respectivamente). As buscas da FAB começaram no dia seguinte ao desaparecimento da aeronave. Dois aviões sobrevoaram a área de mata fechada até que os destroços foram encontrados.
Assassinato de prefeito
O prefeito de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, Esvandir Antônio Mendes (PSB), de 61 anos, foi assassinado a tiros dentro de um carro. O crime ocorreu no dia 15 de dezembro. Esvandir voltava da área rural do município quando foi abordado por dois homens que efetuaram os disparos. Além dele, o secretário de Finanças, Admilson Ferreira dos Santos, de 41 anos, também foi baleado.
Três homens foram presos no dia seguinte ao crime, sendo o empresário suspeito de encomendar o crime e participar da execução e os dois suspeitos de efetuar os disparos que mataram a vítima.
O corpo do pai foi transladado para Ji-Paraná (RO), onde foi enterrado.