O saldo recorde de US$ 67 bilhões da balança comercial brasileira em 2017 foi possível principalmente pelo aumento nas exportações de produtos básicos, sem acabamento ou tecnologia envolvida, como minério de ferro, petróleo e produtos agrícolas.
Segundo números do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as vendas de produtos básicos ao exterior saltaram de US$ 79,15 bilhões em 2016 para US$ 101 bilhões em 2017, alta de 28,7%.
EXPORTAÇÕES DO BRASIL EM 2017
As exportações de produtos manufaturados (industrializados, que possuem maior valor agregado e que geram mais empregos na fabricação) também aumentaram, mas bem menos: de US$ 73,92 bilhões para US$ 80,25 bilhões, alta de 9,4%.
Como consequência, a participação dos produtos básicos no total das exportações brasileiras atingiu 46,4%, o maior percentual dos últimos três anos. Já a dos manufaturados foi em 2017 a menor dos últimos três anos: 36,9% do total.Segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, o aumento da participação de produtos básicos no total das vendas externas em 2017 está relacionado com a safra recorde de grãos e, também, com o aumento dos preços das “commodities” minerais, como petróleo e minério de ferro.
Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Carlos Portella, seria importante para o Brasil aumentar a exportação de produtos manufaturados porque isso geraria benefícios como criação de mais empregos e maior retorno financeiro para os exportadores.
“Para cada 100 contêineres de algum produto básico, a gente poderia exportar 20 contêineres de manufaturado a um preço melhor. Mais valor do produto gera uma maior receita para o país, gera mais emprego, o PIB sobe mais”, declarou.
Peso do Brasil no comércio mundial
De acordo com o executivo da AEB, o fato de o Brasil exportar menos produtos manufaturados do que básicos contribui para que o país tenha representatividade baixa no comércio internacional.
Em 2015, último dado disponível, segundo números compilados pela Organização Mundial de Comércio (OMC), as vendas externas brasileiras representaram 1,2% do total das exportações mundiais, e país ficou em 25º lugar.
No mesmo ano, os Estados Unidos abocanharam 9,4% das vendas externas globais, a China ficou com 14,2%, a Alemanha com 8,3%, a Holanda com 3,5%, a França com 3,2%, o Reino Unido com 2,9% e o Japão com 3,9%.
A participação brasileira no comercio internacional é menor que a de países como o México (2,4%), e Índia (1,7%). O Brasil também fica atrás de Malásia, Polônia, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Singapura, Suíça, Bélgica e Coreia do Sul.