Após ameaças, Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) solicitou à Justiça que duas testemunhas da chacina de nove trabalhadores na Gleba Taquaruçu do Norte, em Colniza, a 1.296 km de Rondonópolis, seja alterado. Segundo o pedido do órgão, as testemunhas têm sido ameaçadas e uma delas chegou a ser alvejada por nove tiros quando esteve no município.
As audiências estão sendo realizadas na Comarca de Colniza. Peritos, investigadores e policiais já foram ouvidos.
Ainda de acordo com a solicitação, o MP pede que as duas testemunhas ameaçadas sejam ouvidas em Cuiabá (a aproximadamente 220 km de Rondonópolis). Em relato ao órgão, uma das testemunhas contou que, quando esteve em Colniza, foi perseguida por seis pessoas, levou nove tiros e precisou passar cinco dias escondida.
“Desse modo, o Ministério Público requer que seja designada a oitiva das testemunhas para a Comarca de Cuiabá em tempo hábil para que a acusação possa avisá-los, uma vez que se encontram escondidas, mencionando apenas que entrarão em contato em breve”, diz trecho do pedido.
De acordo com o MPE, no dia da chacina (19 de abril de 2017), Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando de Valdelir, teriam seguido até a Linha 15 e, com o uso de armas de fogo e arma branca, assassinaram Francisco Chaves da Silva, 56, Edson Alves Antunes, 32, Izaul Brito dos Santos, 50, Aldo Aparecido Carlini, 50, Sebastião Ferreira de Souza, 57, Fábio Rodrigues dos Santos, 37, Samuel Antonio da Cunha, 23, Ezequias Santos de Oliveira, 26, e Valmir Rangel do Nascimento, de 55 anos.
Os autores foram reconhecidos pelas testemunhas. Segundo o MP, os criminosos percorreram aproximadamente 9 km ao longo da Linha 15, assassinando, com requintes de crueldade, aqueles que encontraram pelo caminho, sem dar chance de fuga ou defesa.