O menor apontado pela polícia como sendo o dono da arma que matou Marlon de Andrade, de 10 anos, no Morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio, no último sábado (24), é dono de uma longa ficha de delitos. Ele apareceu em reportagem do Jornal Nacional sobre roubos realizados por uma quadrilha com a ajuda de vendedores na Praia de Copacabana, em maio do ano passado. A investigação do caso, feita por agentes da 13ªDP (Copacabana), durou seis meses.
Em depoimento neste domingo, o menor disse à polícia que o disparo que matou Marlon foi acidental.
Quando foi apreendido por crime análogo a roubo, em 2017, ele era suspeito de outros três crimes. Em 2016, por tentativa de homicídio por ter atirado contra policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Pavão-Pavãozinho e por associação ao tráfico de drogas. No ano seguinte, ele também foi enquadrado por posse de arma de fogo.
Aos policiais, o adolescente de 17 anos afirmou que, após ser apreendido pelos crimes na Praia de Copacabana, passou 45 dias cumprindo pena. Desta vez, o menor foi apreendido na noite de sábado (24) por suspeita de emprestar a arma que matou Marlon de Andrade.
Ele afirmou que deixou a arma em uma laje e, quando voltou, duas crianças estavam mexendo no armamento. Não se sabe ainda se ele chegou a atirar na criança ou se a arma disparou quando ele tentava recuperá-la.
Marlon de Andrade morreu com um tiro na cabeça no Morro do Cantagalo, na Zona Sul do Rio, no sábado. Ele foi atingido quando brincava na laje de casa e chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu.
A família da criança esteve no Instituto Médico-Legal (IML), no Centro, para fazer a liberação do corpo e não quis falar com a imprensa.
De acordo com a UPP da área, não havia confronto entre criminosos e PMs na região.