Os alunos que estavam acampados na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, como forma de protesto vão ter que deixar o campus após uma decisão da Justiça de reintegração de posse expedida ontem (4). A manifestação era para impedir que haja o aumento na taxa da refeição do Restaurante Universitário (RU) proposto pela instituição.
Atualmente o RU fornece almoço e janta com preços de R$ 1 cada, além do café da manhã, que custa R$ 0,25 para os estudantes e professores. Mas esse valor pode passar a ser R$ 5 o que deixa os estudantes revoltados, já que alegam que esse valor não condiz com a realidade dos estudantes.
A Administração da UFMT informou que foi notificada sobre a decisão no final da tarde desta sexta-feira (04). O parecer ao pedido da UFMT foi do juiz federal, Raphael Casella de Almeida Carvalho, que comprovou o risco ao patrimônio público mostrado pela Procuradoria Federal junto à UFMT, por fotos e documentos anexados ao processo, que comprovam ocupação irregular dentro do prédio.
O magistrado também aponta para o dano social, haja vista que o direito à educação (professores e alunos), ao trabalho (servidores da IES- Instituição de Ensino Superior), ao lazer (população em geral) também está sendo obstaculizado.
Em nota, a Administração Superior afirma que considera a mobilização dos diferentes segmentos como legítima e reforça seu compromisso para a busca de uma solução a partir de uma construção pacífica, baseada no diálogo, com o objetivo de garantir que, mesmo com o contingenciamento de verbas promovido pelo Governo Federal, o direito à educação pública, gratuita e de qualidade seja garantido em todos os Câmpus da UFMT.
OUTRO LADO
Os estudantes da UFMT de Cuiabá estão acampados desde 24 de abril de 2018 e os estudantes do Campus Várzea Grande, desde o dia 26 de abril. O movimento de ocupação se iniciou na guarita 1 e se alastrou por 27 cursos. Em Rondonópolis, os universitários também aderiram ao movimento no mesmo dia que a Capital (leia aqui).
“Ocupamos para pressionar a Administração Superior a barrar a proposta de aumento do valor do restaurante universitário. Entendemos que a nova política atende a um projeto de universidade que visa a educação como um espaço de expandir seus lucros”, diz uma nota do estudantes após a decisão da Justiça.
Os universitários alegam que aguardam uma reunião com a reitora Myrian Serra, mas que ainda não foram atendidos. “Hoje, estamos lidando com uma reintegração de posse da guarita 2, onde estamos ocupados, aguardando o tão esperado diálogo com a reitora. É muito triste que os estudantes tenham que lidar com essa pressão psicológica, enquanto lutam por seus direitos”, consta em um dos trechos.