O procurador-geral do estado de Nova York, Eric Schneiderman, anunciou sua demissão nesta segunda-feira (7), horas após a publicação de uma reportagem no qual várias ex-companheiras o acusam de condutas violentas e ameaças, o que ele nega.
Schneiderman se destacou no movimento contra os abusos sexuais surgidos nos Estados Unidos no ano passado após as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein.
Schneiderman avaliou que as acusações, que não estão relacionadas com sua atividade profissional, o impedem de “dirigir a procuradoria neste período crítico”, e anunciou sua demissão, que será efetiva na noite desta terça (8).
A reportagem publicada na revista “The New Yorker”, menciona que duas das envolvidas, identificadas como Michelle Manning Barish e Tanya Selvaratnam, denunciam que Schneiderman as agrediu sem consentimento, frequentemente quando estavam na cama e depois de ter ingerido álcool. Elas afirmam que, embora não tenham denunciado à polícia, requisitaram assistência médica após serem esbofeteadas no ouvido e no rosto.
Selvaratnam, que teve uma relação com o procurador entre o verão de 2016 e o outono de 2017, assegura que Schneiderman lhe advertiu que podia segui-la e interceptar seu telefone.
Já Manning Barish afirma que esteve envolvida com Schneiderman do verão de 2013 até o Ano Novo de 2015.
Ambas declararam à revista que o procurador-geral de Nova York supostamente ameaçou matá-las se rompessem a relação com ele. Também declararam à revista que sua angústia e indignação aumentaram quando Schneiderman usou o poder do escritório que dirige para assumir um papel destacado no movimento #MeToo contra os abusos sexuais.
A “New Yorker” afirma ainda que uma terceira mulher, que também alega ter mantido uma relação romântica com Schneiderman, garantiu que foi alvo repetidamente de violência física não consentida, mas não o denuncia por medo.
Uma quarta mulher, que prefere o anonimato e à qual a revista se refere como uma advogada que ocupou importantes cargos no âmbito legal, relatou que, após rejeitar os avanços do procurador, este a estapeou com tanta força que lhe deixou uma marca que ainda tinha no seu rosto no dia seguinte.
Em comunicado enviado à revista, o procurador-geral negou ter abusado de qualquer mulher e indicou: “Na intimidade de uma relação envolvi-me em um jogo de papéis e outras atividades sexuais consensuais”.
Além disso, rejeitou ter se envolvido “em sexo não consentido”, algo que, segundo sustentou, “é uma linha que não poderia cruzar”.