O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um artigo na manhã desta terça-feira (05), onde aponta que o Mato Grosso está entre os estados com maiores taxas de homicídios contra negros, em 2016. O estudo é feito pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com o levantamento, 42,3 negros foram mortos a cada 100 mil habitantes no período do estudo. Em contrapartida, a taxa de não negros assassinados no estado foi de 22,6. O estudo ainda aponta que em 10 anos, a taxa de mortalidade contra negros, aumentou em 17,7% em Mato Grosso.
As cidades que encontram a maior taxa de homicídio de negros são em Sergipe com (79%) e no Rio Grande do Norte com (70%). Esses estados também foram onde os números mais cresceram de 2006 a 2016, com cerca de 172,3% e 321%.
Ainda segundo o estudo, os dados trazidos complementam e atualizam dados que denunciam o cenário de desigualdade racial no país e trata o assunto como se as raças morassem em países diferentes.
Parte do texto diz que “Os dados trazidos pelo Atlas da Violência 2018 vêm complementar e atualizar o cenário de desigualdade racial em termos de violência letal no Brasil já descrito por outras publicações. É o caso do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência,
ano base 2015, que demonstrou que o risco de um jovem negro ser vítima de
homicídio no Brasil é 2,7 vezes maior que o de um jovem branco”, pontuam.
Mortes de Jovens
No ano de 2016 cerca de 33.590 jovens morreram assassinados segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Destes, 94,6% eram homens.
O número apontado teve um crescimento de 7,4% em relação a 2015, que cresceu 3,6% que foi reverso 3,6%. Nesse caso os jovens (homens), estão morrendo prematuramente.
Homicídio de Mulheres
De acordo com o estudo no ano de 2016 cerca de 4.645 mulheres, foram assinadas no país. Destas, 104 foram em Mato Grosso, onde 50,8% são negras.
Os autores concluem o artigo apontando a eficácia entre criar meios para que esse quadro seja revertido para garantir o direito à vida. “Para que possamos reduzir a violência letal no país, é necessário que esses dados sejam levados em consideração e alvo de profunda reflexão. É com base em evidências como essas que políticas eficientes de prevenção da violência devem ser desenhadas e focalizadas, garantindo o efetivo direito à vida e à segurança da população negra no Brasil.” Explicam.