Esse artigo eu dedico a você que pensa que história em quadrinhos é coisa de criança.
Tudo bem, esse “pré-conceito” com as histórias em quadrinhos, ou simplesmente HQs, se justifica; uma vez que o nosso primeiro tipo de contato com essa arte, geralmente acontece na infância, onde conhecemos personagens que marcam época em nossa vida, como a turma da Mônica, Tio Patinhas, Mickey, além dos grandes heróis da Marvel e da DC.
Com o passar dos anos e a chegada das responsabilidades da vida adulta, é natural que muitas pessoas acabem deixando esse hobby de lado e com isso passam a procurar materiais voltados ao público mais maduro. Assim, mantemos em nossa cabeça essa falsa impressão de que história em quadrinhos é coisa de criança.
Mas não é bem assim. Na verdade não é nada disso!
Você sabia que o gênero de histórias em quadrinhos é classificado como a 9ª arte?
Que essa forma de contar histórias remonta a milhares de anos, quando nossos ancestrais utilizavam gravuras entalhadas em madeira e pedra para se comunicar ou até mesmo registrar suas aventuras, rituais, símbolos, valores e crenças?
Foi no final do século 19 que surgiram as primeiras HQs, a princípio como sátira política publicadas em jornais americanos, dando origem ao nome “comics” – ou cômico. Mas com o passar dos anos esse entretenimento simples e de massa, evoluiu.
Grandes artistas surgiram, as editoras passaram a lucrar muito e consequentemente a investir mais nesse mercado.
Nascem então os heróis que marcaram nossa infância, e com eles grandes editoras que conhecemos até os dias de hoje como a Marvel e a DC Comics.
Mas na verdade, o que me inspirou escrever esse artigo é mostrar para você que as histórias em quadrinhos não se resumem simplesmente a diversão. Um universo lúdico sem qualquer compromisso social ou com a realidade.
Quando saímos do cenário Mainstream e procuramos materiais que não tenham tanto apelo comercial, é possível conhecer autores e histórias que realmente mexem com a gente, nos fazem refletir, é bem aquilo que os leitores de quadrinhos mais antigos gostam de dizer: “explodem sua mente”.
Obras como Maus de Art Spiegelman, considerada por muitos o melhor quadrinho de todos os tempos e vencedor de um premio pullitzer; Black Hole, de Charles Burns, que fala sobre temas como HIV de uma forma surreal; Aqui, de Richard McGuire, que consegue emocionar e causar nostalgia sem utilizar sequer uma frase, apenas com gravuras; Retalhos, de Craig Thompson, uma história autobiográfica que aborda de forma bastante polêmica a relação entre família, amor e religião, são mais do que HQs, são experiências de vida que vão te fazer ficar tão intrigado e tocado da mesma forma que um bom livro ou um filme podem fazer.
Então se você é adulto e as histórias em quadrinhos fizeram parte da sua infância, passe em uma livraria, procure a seção de Graphic Novels ou HQs, escolha um que te agrade e se permita voltar a apreciar esse gênero, porque que eu tenho certeza, ainda deve ter um lugar especial no seu coração!