Se você acha insano sequer cogitar uma troca dessas, é porque não entende o desespero de quem vê a Copa do Mundo acabar, mas ainda está com seu álbum de figurinhas incompleto.
Eu sei que alguns vão falar que esse tipo de hobby é para a molecada, por isso ao invés de argumentar citando pesquisas e artigos que comprovem que esse gosto não tem idade definida, te convido a passar em frente a qualquer banca de revista em um domingo de manhã e perceber uma movimentação atípica nesse horário para esse tipo de comércio.
Você verá pais e filhos, mães e filhas, avós e netos, colegas de escola, todos andando de um lado para o outro, com uma pilha de figurinhas em uma mão e um álbum incompleto na outra, comprando, vendendo, trocando, leiloando e disputando entre si as figuras que faltam para completar sua coleção.
Colecionar sempre foi uma mania bastante popular no Brasil, mas que ganha muita força e movimenta muito dinheiro no período da copa. O álbum oficial da Copa do Mundo corresponde a uma das práticas de mercado mais antigas da história do torneio.
Desde os anos 60 são lançados os álbuns oficiais da Fifa, que trazem imagens dos jogadores, símbolos, estádios, cidades sede e curiosidades sobre o torneio que volta os olhos de todas as nações para o futebol e causa impacto cultural, social e econômico gigantesco pelo mundo.
E é claro que no Brasil não poderia ser diferente. O povo apaixonado por futebol e por figurinhas é protagonista quando assunto é coleção de álbuns da Copa. Segundo o Jornal Gazeta esportiva, o país é o que mais vende a peça, com um volume duas vezes maior do que a segunda colocada, a Alemanha.
Esse ano somente no Brasil foram produzidos mais de 7 milhões de álbuns segundo a Panini, editora que detém os direitos de publicação do material. Esse número só consegue ser tão expressivo porque colecionar figurinhas, mais que um passatempo, se tornou uma tradição, passando do avô ao neto; das figurinhas fixadas com cola, ao cromos adesivos de hoje em dia.
Agora, se você ainda tem dúvidas do potencial desse mercado, faça o cálculo: Para completar o álbum são necessários 682 cards. Cada pacote é vendido a
R$ 2,00 e a estimativa da Panini é comercializar por dia, cerca de 8 milhões de pacotes. Lembrando que as vendas se iniciaram cerca de 3 meses antes do evento começar.
Para mim, particularmente, esse interesse vem desde a infância, onde eu completava álbuns baratinhos de papel jornal que valiam “prêmios” que eu retirava no mercadinho perto de casa. Eram personagens de TV, séries e desenhos animados onde cada página preenchida valia desde um jogo de damas a uma bicicleta.
Esse hobby ficou adormecido muitos anos, voltando em 2010, quando passando pela banca, vi alguns álbuns da Copa do Mundo da África do Sul na prateleira.
A nostalgia me fez esse desafio e eu aceitei! O Resultado? Álbum completo antes mesmo do torneio iniciar!
Em 2014 claro que comprei o álbum, afinal de contas era a Copa em nosso país e essa atividade se tornou mais popular ainda. Mas confesso que depois “daquele jogo” contra a Alemanha, abandonei qualquer coisa que me lembrasse Copa do Mundo e futebol… Inclusive o álbum que ficou incompleto.
Mas nada melhor do que 4 anos para o otimismo voltar com tudo e por isso, no primeiro dia que chegaram os novos álbuns desse ano, eu já estava de plantão na banca da minha amiga Sandra para pegar meu exemplar, (de capa dura!).
Infelizmente em meio a correria do dia a dia e a dificuldade (ou preguiça) imensa de ir até os encontros para troca nos domingos de manhã , cheguei ao final da Copa faltando cerca de 40 figurinhas para completar meu álbum.
Mas não vou desistir, vou completar meu álbum! Inclusive o artigo dessa semana tem dois propósitos: informar sobre esse hobby e buscar leitores que tenham figurinhas repetidas.
Ah!!! A propósito: Troco Cristiano Ronaldo, Messi e Mbapé pelo Neymar =)